A produção animal deverá registar um ligeiro acréscimo em volume (+0,8%) e um decréscimo dos preços de base (-1,6%), resultando numa diminuição nominal (-0,8%), para a qual contribuem fundamentalmente os suínos (-3,4%), os ovinos e caprinos (-4,2%) e as aves (-3,6%).
Quem o diz são os técnicos do Instituto Nacional de Estatística (INE), na sua primeira estimativa das Contas Económicas da Agricultura (CEA) para 2020.
No que respeita aos bovinos, é expectável um acréscimo em volume (+6,6%), em consequência do aumento dos abates, quer de vitelos quer de bovinos adultos, e um decréscimo dos preços de base (-2,8%).
Apesar da situação pandémica, no primeiro semestre do ano houve, por parte da distribuição, maior escoamento de vitelos e novilhos nacionais, o que ajudou a compensar a diminuição do consumo ao nível da restauração.
Exportações de bovinos crescem 14,9%
Por outro lado, a possibilidade de exportação para o mercado externo manteve-se, sobretudo de bovinos vivos, cuja exportação entre Janeiro e Setembro registou um aumento em relação ao período homólogo (+14,9%). O mercado de vacas foi o mais afectado pela pandemia, uma vez que muitas carcaças destinadas à indústria eram exportadas para países europeus e esse mercado tem-se mantido muito reduzido.
Suínos
Quanto aos suínos, deverão registar decréscimos em volume (-2,0%), dada a redução de abates de leitões e porcos para engorda. A pandemia Covid-19 teve especial impacto ao nível do consumo de leitão, especialmente afectado pelo encerramento da restauração.
No entanto, as exportações de suínos entre Janeiro e Setembro de 2020 apresentaram, face ao período homólogo, um aumento no volume de suínos vivos exportados (cerca de +54,3%) e de carne de porco (cerca de +45%), em particular para países asiáticos. A diminuição dos preços de base (-1,4%) reflecte a redução da procura nacional, acrescentam os técnicos do Instituto Nacional de Estatística.
O artigo foi publicado originalmente em Agricultura e Mar.