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– 23-11-2004 |
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UE / Açúcar : Portugal vota contra proposta de Bruxelas se produção acabar no paísBruxelas, 22 Nov "Se não for dado um sinal claro de que se assegura a produção de açúcar no país, nós não aprovaremos a proposta da Comissão Europeia", afirmou em Bruxelas o ministro da Agricultura, Carlos Costa Neves. Os ministros da Agricultura da UE discutiram hoje a proposta de Bruxelas para a reforma da Organização Comum de Mercado (OCM) do açúcar, que prevê um corte de 33 por cento dos preços do açúcar, 37 por cento da beterraba e de 16 por cento das quotas de produção. Segundo Costa Neves, a proposta, tal como está, "significa o encerramento das fábricas de transformação de açúcar de beterraba existentes em Coruche e nos Açores, acabando com uma produção viável". Para o ministro da Agricultura, não "tem sentido" encerrar uma fábrica (Coruche) de 100 milhões de euros, construída há sete anos com fundos comunitários, nem a dos Açores, onde a beterraba constituiu das poucas produções alternativas ao leite, que empregam, directa e indirectamente, entre duas a três centenas de pessoas. Portugal produz anualmente 80 mil toneladas de açúcar de beterraba, dez mil dos quais no arquipélago açoriano. Para fortalecer a sua posição, Portugal aliou-se a nove Estados-membros, que hoje entregaram uma carta à nova comissária europeia da Agricultura, Mariann Fischer Boel, criticam a reforma com "efeitos devastadores" para milhares de trabalhadores e para a agricultura. "Acreditamos que a distribuição da produção deve manter-se por todo o território comunitário (…) por razões ambientais, económicas e sociais. Se tal não for o caso, haverá sérias consequências não só do ponto de vista agronómico, considerando que a beterraba representa uma importante colheita rotativa, mas será ainda a causa da perda de milhares de postos de trabalho dificilmente substituídos", lê-se no documento. Além de Portugal, assinaram a carta Espanha, Grécia, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Eslovénia, Finlândia e Hungria.
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