O presidente do parlamento dos Açores considerou hoje que “estará na altura” da região, o país e a União Europeia adotarem medidas para atenuar o impacto da guerra na Ucrânia na “frágil” agricultura e economia da região.
“Penso que estará na altura de as autoridades regionais, nacionais e europeias começarem a definir um conjunto de medidas e apoios que atenuem, de alguma forma, o impacto que esta guerra começa a ter na nossa frágil economia e, sobretudo, na agricultura”, declarou Luís Garcia.
O presidente da Assembleia Legislativa dos Açores falava na ilha Graciosa, no final de uma visita a uma exploração leiteira, em Guadalupe.
Citado em nota de imprensa, Luís Garcia considerou que os agricultores “foram capazes de inovar, de transformar a agricultura, de a modernizar e de a manter como um pilar fundamental da economia”.
Na sua leitura, “mesmo em alturas de pandemia, [os agricultores] tiveram de continuar a lavrar, a semear, a colher e a produzir alimentos para todos”, sendo que “também estiveram, à sua maneira, na primeira linha desse combate”.
O responsável pelo parlamento regional reconheceu que “a agricultura, como a economia em geral, não vive dias fáceis”, primeiro por causa da pandemia de covid-19 e agora por causa da guerra, deixando uma palavra de “solidariedade e de tranquilidade” aos agricultores.
“A solidariedade não há de faltar nesta altura”, disse, para salvaguardar que “todos juntos, mais uma vez junto com os agricultores, hão de ultrapassar estes obstáculos que estão no caminho, para que a agricultura continue pujante, a ajudar a desenvolver as ilhas e os Açores”.
No âmbito da sua deslocação à Graciosa, Luís Garcia visitou também a Adega e Cooperativa Agrícola da Ilha Graciosa e Fábrica das Queijadas da Graciosa, sublinhando “a diversidade de produtos agrícolas graciosenses”, que se destacam pela qualidade do seu alho, meloa, vinhos, compotas, queijadas e mel.
O programa oficial da visita à Graciosa termina na tarde de quinta-feira, com a Conferência “45 Anos da Autonomia – O Desafio da Agricultura Sustentável”, organizada pela Assembleia Legislativa dos Açores.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 977 mortos, dos quais 81 crianças e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo 108 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,60 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.