O presidente da Cooperativa Agrícola de Felgueiras admitiu hoje preocupação com a “escalada” de preços nos combustíveis e nas matérias usadas na produção, avisando que os produtos vão “forçosamente aumentar”, se a guerra na Ucrânia se prolongar.
“No caso de fertilizantes e pesticidas, vemos aumentos entre os 20 e os 100%”, disse Casimiro Alves, frisando haver também uma carência de produtos “em toda a linha”.
Em declarações à Lusa, o dirigente traçou um cenário dificuldades para os produtores, face a “uma espiral louca” de subida de preços de matérias e materiais usados na produção, nomeadamente gasóleo verde, fertilizantes, garrafas e pesticidas.
O dirigente prevê que os preços dos produtos finais, nomeadamente de vinho, “vão ter que aumentar para acompanharem a escalada dos custos de produção”, apesar de a subida não ser imediata.
Casimiro Alves acentua que sem um aumento dos salários para acompanhar a subida da inflação, o poder de compra dos consumidores vai ser “fortemente afetado”.
“Os produtos alimentares estão a subir de preço. Se não houver uma subida nos salários, o consumo vai baixar”, avisou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.