Será que os diferentes pacotes de sanções económicas impostas pela UE à Rússia têm o cuidado de não ferir a produção e exportação do seu trigo? Esperemos que sim, sob pena de estarmos a contribuir diretamente, ainda mais, para o já lamentável número daqueles que morrem à fome, diariamente.
Todos nós gerimos aquilo que nos pertence ou aquilo que desejamos, tendo por base o número. Os humanos têm, hoje, a habilidade de o controlar em função dos seus interesses, como nunca antes visto. Mas há um número que, embora aparentemente não seja controlado, tem de ser respeitado – o número de humanos, no planeta Terra (atualmente, cerca de 7,9 mil milhões). A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que a população mundial cresça a um ritmo de 1,2 %, o que poderá significar uma média de quase 3 nascimentos, por segundo.
A crescente necessidade de alimentação, fundamental para a manutenção da vida dos humanos, tem levado a um aumento exponencial da procura por alimento. Para dar resposta a essa galopante procura, a agricultura teve de se modernizar – as tecnologias tradicionais foram substituídas por tecnologias industriais, para o aumento da produtividade agrícola (industrialização da agricultura). A capacidade produtiva na agricultura cresceu entre 2,5 e 3 vezes, nos últimos 50 anos.
Embora esse aumento na produção alimentar pareça ter acompanhado as necessidades do aumento populacional, tal, na verdade, não é uma realidade, apesar de todos os progressos. Em 2020, o número de pessoas que enfrentou a fome pode ter ficado próximo de mil (1000) milhões, o que representou aproximadamente 1/7 da população mundial. Se não fomos capazes de alimentar adequadamente 7,7 mil milhões de pessoas em 2020, como seremos capazes de alimentar aqueles que estão a nascer neste momento e os que irão nascer, no futuro?
Sabia que a União Europeia teve um papel […]