Invasão da Ucrânia pela Rússia traz-nos para uma nova realidade geopolítica, na qual temos de manter a unidade e determinação com vista à independência dos combustíveis fósseis russos.
Portugal tem feito um percurso invejável rumo à transição verde. Tendo muito já sido implementado, novas ideias podem complementar os esforços em curso para o alcance da neutralidade carbónica em 2050 e ajudar no combate aos desafios nacionais – como a dependência de fontes de energia externas, a subida de tarifas e os altos níveis de pobreza energética. O inverno invulgarmente seco e quente que Portugal atravessou, e a consequente escassez de recursos hídricos, põem mais uma vez a descoberto a necessidade de ação urgente no campo ambiental.
Para além da emergência climática, a invasão da Ucrânia pela Rússia traz-nos para uma nova realidade geopolítica, na qual temos de manter a unidade e determinação com vista à independência dos combustíveis fósseis russos e acelerar a transição para a neutralidade carbónica até 2050, o mais tardar. Este é o momento de ser corajoso e avançar com determinação na transição verde, e hesitações só irão prolongar a nossa dependência energética.
Como pode a transição climática portuguesa beneficiar com as 14 parcerias dinamarquesas?
Sozinhos, os governos não conseguem alcançar a transição para sociedades sustentáveis e a neutralidade carbónica. Para encontrar um caminho justo e financeiramente viável, precisamos que todos os motores estejam coordenados. Grandes ou pequenos. Nacionais ou globais. Públicos ou privados. Na busca pela neutralidade carbónica não há concorrentes, apenas parceiros. Partindo deste princípio, a abordagem Dinamarquesa coloca o setor privado no centro da transição verde, e pretende com isso ser uma fonte de inspiração para todos.
[…]
As recomendações estão também criar ondas em terra. A parceria para a alimentação e agricultura apresentou recomendações com potencial para reduzir o impacto climático do setor em 62% até 2030, e o setor de construção desenvolveu ideias e medidas que podem reduzir as suas emissões em cerca de 5,8 toneladas de CO2 e anualmente. Outros perceberam que a utilização de tecnologias já existentes na energia, ciências da vida e unidades de produção pode contribuir para a neutralidade climática de subsetores até 2030. A abordagem é direcionada para o futuro, mas a receita baseia-se em aprendizagens anteriores. […]