Em Portugal, a Sogrape já procedeu à instalação de painéis fotovoltaicos nas nossas instalações em Avintes e Anadia, que já asseguram mais de 15% das nossas necessidades em eletricidade, sendo que 52% da eletricidade adquirida provém de fontes renováveis.
Esta é a quarta de uma série de entrevistas integrada num trabalhado alargado desenvolvido pelo Jornal Económico sobre a sustentabilidade no sector dos vinhos do Porto e do Douro. Após as entrevistas em versão integral ao presidente do IVDP – Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, Gilberto Igrejas; a uma fonte oficial da Quinta da Aveleda, um dos maiores produtores de vinhos, nacionais e da região, a Tiago Alves de Sousa, diretor de produção e enólogo da Quinta da Gaivosa, esta semana é a vez de Raquel Seabra, Chief of International Cluster and Sogrape Public Affairs, detalhar os projetos que a empresa considerada líder no sector dos vinhos em Portugal lançou e tem em curso neste domínio.
Ao longo das próximas semanas, será possível acompanhar no ‘site’ do Jornal Económico outras entrevistas aos responsáveis de alguns dos maiores produtores da região e do País, como a Quinta do Crasto, Sogevinus, Quinta do Portal ou The Fladgate Partnership, além de testemunhos sobre o que cerca de outros 20 produtores da região estão a fazer ou a perspetivar no domínio da sustentabilidade.
Nesta entrevista, Raquel Seabra assume que a Sogrape quer utilizar eletricidade de fontes 100% renováveis nas operações globais da empresa. Em Portugal, “procedemos à instalação de painéis fotovoltaicos nas nossas instalações em Avintes e Anadia, que já asseguram mais de 15% das nossas necessidades em eletricidade, sendo que 52% da eletricidade adquirida provém de fontes renováveis”, assinala esta responsável.
Que tipo de medidas de sustentabilidade ambiental têm implementado e quando e porque é que optaram por este caminho?
Desde a sua fundação, em 1942, a Sogrape empenhou-se sempre em conduzir a sua atividade de forma responsável, pensando no futuro e na sua sustentabilidade a longo prazo. Em 78 anos, crescemos e tornámo-nos uma empresa global com mais de mil colaboradores, graças à coragem e ao espírito pioneiro do nosso fundador, Fernando van Zeller Guedes, e a todos aqueles que lhe seguiram. Ao longo do nosso crescimento, tornámo-nos igualmente um parceiro e amigo de confiança dos nossos clientes, fornecedores, colaboradores e acionistas, preservando, respeitando e protegendo os locais e as comunidades onde operamos.
Entendemos e encaramos a sustentabilidade tal como ela é definida por instituições internacionais, como a ONU ou a OIV [Organização Internacional da Vinha e do Vinho]: o equilíbrio das três dimensões essenciais – ambiente, economia e sociedade. O nosso objetivo passa por assegurar a sustentabilidade do nosso planeta para as gerações futuras e, para isso, sabemos que temos de abrir caminho para um planeta mais saudável. Queremos, assim, melhorar continuamente a nossa forma de operar e investir de forma inteligente a fim de reduzir cada vez mais a nossa pegada ambiental, envolver a nossa cadeia de abastecimento e implementar iniciativas que tenham um impacto positivo na biodiversidade.
Temos, neste campo, percorrido já um longo caminho, o que não nos impede de traçar objetivos ainda mais ambiciosos, como atingir um impacto ambiental neutro, tornando 100% das nossas operações neutras em carbono e reduzir as nossas emissões (âmbito 1, 2 e 3) em 50%. Estamos neste momento a fazer um diagnóstico das emissões de GEE [Gases com Efeito de Estufa] nas nossas empresas sedeadas em Portugal. A nossa empresa de distribuição no Reino Unido, Liberty Wines, é já neutra em CO2 [dióxido de carbono] através de projetos de compensação carbónica.
Utilizar eletricidade de fontes 100% renováveis nas nossas operações globais – em Portugal, procedemos à instalação de painéis fotovoltaicos nas nossas instalações em Avintes e Anadia, que já asseguram mais de 15% das nossas necessidades em eletricidade, sendo que 52% da eletricidade adquirida provém de fontes renováveis.
Promover a sustentabilidade e a circularidade na nossa cadeia de abastecimento – trabalhando com os nossos fornecedores na procura das melhores soluções. Um exemplo são os produtos florestais (barricas e caixas de cartão) certificados pelo FSC (Forest Stewardship Council) que representam já uma fração significativa das aquisições em todas as unidades de negócio do Grupo.
Conservar a biodiversidade – neste campo, são inúmeros os projetos. Desde o NOVATERRA, um projeto que visa reduzir os impactos ambientais, proteger e conservar a biodiversidade e melhorar a viabilidade económica dos agricultores mediterrâneos através do recurso à agricultura de precisão, à robótica, a novos produtos de proteção de origem natural e a estratégias integradas na gestão dos solos e culturas. A Sogrape é a única empresa portuguesa de vinhos no consórcio deste projeto, que tem como objetivo geral assegurar a segurança alimentar e o acesso a uma dieta saudável para uma população em crescimento, sem negligenciar as diretivas e as prioridades da UE relativamente à utilização sustentável da proteção […]