O sul do país está em situação de seca severa ou extrema, com o nível de algumas barragens no laranja ou vermelho. Há proibição de rega nuns casos e restrições apertadas noutros. Ainda assim, quer no abastecimento agrícola, quer no consumo doméstico continua a haver muito desperdício.
O cenário está a piorar de ano para ano. As bacias do Sado, Mira e do Algarve têm por esta altura menos água do que o normal para o mês maio. Em Alcoutim já se estão a gastar reservas que era suposto só serem usadas em pleno verão.
O Barlavento Algarvio vive das situações mais críticas. Desde fevereiro de 2022 que os agricultores não podem recorrer à Barragem de Bravura para rega. De acordo com o Boletim semanal de albufeiras, da Agência Portuguesa do Ambiente, a reserva era de apenas 13%, ao lado, os Perímetros de Rega do Mira e do Arade também surgem a amarelo, com disponibilidade inferior a 40%.
O Ministério da Agricultura diz ter em curso obras e projetos que poderão ajudar num futuro próximo. É o caso da intervenção no Perímetro de Rega do Mira.
Especialistas alertam para o desperdício
De acordo com com as Águas do Algarve as piscinas podem perder até 3800 litros de água por mês em evaporação, desperdício que pode ser reduzido em 90% com a instalação de uma cobertura.
O fechar a torneira durante o ensaboamento num duche que passe de 15 para cinco minutos pode poupar 80 litros de água. No autoclismo, recomenda-se o uso da descarga menor. As máquinas de lavar devem ser postas a funcionar sempre cheias e um simples escovar os dentes ou lavar de mãos também tem de ser consciente.
As Nações Unidas dizem que cada pessoa precisa de 110 litros de água diária para suprimir as necessidades básicas, no entanto, os portugueses gastam muito mais, um equivalente a 38 garrafões de cinco litros, por dia, por pessoa.