No Algarve, há já quebras na produção de matérias-primas, o que afeta toda a cadeia. A Norte, apesar de o cenário não ser tão grave, os produtores consideram fundamental apostar na prevenção.
Os produtores de leite e carne estão preocupados com o impacto da seca no custo da comida para os animais e já admitem que pode levar a quebras na produção e ao aumento dos preços.
De uma vacaria em Soutelo, concelho de Vila Verde, saem diariamente três mil e 500 litros de leite. Há 320 vacas para alimentar e, para já, este produto é autossuficiente, mas nos últimos meses pouco choveu.
“Muitos terrenos já estão muito secos. A terra está quase em pó e em alguns casos vai ser preciso regar para o milho conseguir germinar”, disse Tiago Cardeal, produtor de leite.
Há um regadio coletivo que foi instalado há um ano no rio Cávado e assegura a rega na zona.
Um cenário completamente diferente encontramos a Sul, onde 67 municípios estão em situação de seca. Sem água, há quebras na produção de matérias primas, o que afeta toda a cadeia.
A Associação Para o Desenvolvimento Económico e Social defende que se invista num sistema de redistribuição da água, de norte para sul.
O Governo reconheceu a 8 de maio que 40% do território nacional está sem situação de seca, o que já permitiu acionar algumas medidas. E, na próxima semana, Portugal vai pedir a Bruxelas para mobilizar verbas da Política Agrícola Comum (PAC).