Responder aos grandes desafios dos sistemas agroalimentares europeus é o objectivo do projecto “Stargate – Sensors and daTA tRaininG towards high-performance Agri-food sysTEms”, financiado pelo programa Horizonte 2020, da União Europeia. A iniciativa envolve entidades de Portugal, França, Holanda, Alemanha: o Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica (entidade líder do projecto), a Wageningen Research, o Instituto Nacional de Investigação para a Agricultura, Alimentação e Ambiente (INRAE) e o Instituto de Genética Vegetal e de Investigação de Plantas (IPK).
O projecto Stargate, que começou em Janeiro de 2021 e termina em Dezembro de 2023, tem um orçamento de 899.221,25 euros, financiado totalmente pela União Europeia. Em comunicado, a Universidade Católica (UA) afirma que «as alterações climáticas, o aumento da população e o consequente incremento da produtividade conduzem a uma cada vez maior necessidade de rastrear e de controlar todo o complexo processo da cadeia alimentar, desde a produção até ao consumidor», acrescentando que o Stargate «vai permitir aprofundar e partilhar conhecimento que contribuirá para a criação de sistemas agroalimentares mais resilientes e sustentáveis».
«Através do projecto Stargate vai ser possível aumentar o conhecimento sobre sensores de alta tecnologia e tecnologias de fenotipagem, com vista a desenvolver modelos preditivos relativos a culturas mais resistentes, robustas às alterações climáticas e que possam ser integradas numa agricultura circular. No âmbito do Stargate, vai ser também possível identificar o potencial impacto dos recursos genéticos e da biodiversidade nos alimentos, seleccionar a melhor matéria-prima para gerar um alimento premium – nutritivo, saudável, seguro e sustentável –, reduzir a utilização de fertilizantes ou herbicidas, melhorar o valor nutricional das culturas e a qualidade global, prolongar a vida útil e também reduzir e valorizar perdas em contexto de economia circular», explica a UA. Segundo Manuela Pintado, da UA, investigadora principal do Stargate, «através da articulação profícua entre os diferentes membros do projecto, agricultores e a indústria agroalimentar, vai ser possível desenvolver sensores e tecnologias multimétricas e de fenotipagem de plantas», sendo que a iniciativa «contribuirá decisivamente para o Centro de Biotecnologia e Química Fina se posicionar como um centro de excelência nacional e internacional em sistemas agroalimentares de alto desempenho».
O artigo foi publicado originalmente em Revista Frutas Legumes e Flores.