Portugal quer tema da seca na agenda da presid�ncia UE
Eduarda Ferreira
Oministro do Ambiente revelou ontem que está em conversa��es com o comissário europeu Stravos Dimas e com hom�logos seus para que a presid�ncia portuguesa da UE, dentro de um ano, tenha o ambiente, e particularmente o fen�meno da aridez e das secas, como prioridade tem�tica. Nunes Correia falava na sessão de abertura de um semin�rio promovido pela Funda��o Luso-Americana, em que falou dos esfor�os dos países do Sul, incluindo Portugal, para que a escassez de �gua tenha o reconhecimento de calamidade, tal como as cheias e os sismos.
A aridez e a seca seráo "um tema forte da presid�ncia portuguesa da UE", segundo convic��o de Nunes Correia, que considera que este problema � partilhado por um n�mero suficiente de países membros para determinar uma estratégia europeia e mecanismos comunitários para lhe fazer face. O ministro do Ambiente defendeu esta necessidade, lembrando que Portugal e Espanha tentaram, em v�o, accionar o Fundo de Solidariedade quando da mais recente seca, a de 2004-05. O facto de não haver datas de come�o e fim de secas inviabiliza esse recurso logo � partida. Uma iniciativa do Parlamento Europeu, em Maio passado, foi o primeiro passo para que estes mecanismos mudem de crit�rios. Segundo Nunes Correia, as pol�ticas de combate aos efeitos deste tipo de riscos naturais devem seguir o m�todo de "tratar das secas quando h� cheias e das cheias quando h� seca".
"Vai come�ar amanh� uma seca �s cinco horas. Isto � imposs�vel afirmar. S� damos por ela quando se instalou j�", explicou Rui Rodrigues, director de Recursos H�dricos do Instituto d a �gua. Este especialista lembrou que o Norte do país, sobretudo a zona do Douro, foi o mais afectado pela seca 2004-05, tendo-se afastado da situa��o regular como não acontecia h� 250 anos. No Sul, esse afastamento da norma foi de cerca de 175 anos. O mesmo interveniente no semin�rio referiu que c�lculos como estes carecem de mais dados, como os que o Inag come�ou agora a recolher analisando cortes de troncos de �rvores, os an�is permitem reconstituir s�ries mais extensas de secas ocorridas no territ�rio portugu�s.