Portugal ganhou hoje a Rota dos Vinhos e do Enoturismo do Porto e Norte de Portugal, unindo as regiões vitivinícolas do Douro e Porto, vinhos verdes, Távora-Varosa e Trás-os-Montes, e o objetivo é ser capital do enoturismo no mundo.
A nova Rota dos Vinhos e do Enoturismo do Porto e Norte de Portugal, hoje apresentada no Teatro Rivoli, no Porto, junta cinco entidades – Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, Comissão Vitivinícola Regional Távora-Varosa e Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes -, e, segundo anunciou o presidente da TPNP, é um passo para transformar o território na “capital do enoturismo do mundo”.
“É um grande desafio para contribuir para que Portugal seja a capital do enoturismo do mundo”, declarou Luís Pedro Martins, durante a cerimónia de assinatura de um protocolo para a formação da Entidade Gestora da Rota entre as cinco entidades, onde foi também apresentada a marca da nova rota que une as quatro regiões vitivinícolas do Porto e Norte de Portugal.
Para o presidente da TPNP, a Rota dos Vinhos e do Enoturismo do Porto e Norte está ancorada num projeto de desenvolvimento turístico do destino que afirmará a região, como uma das principais referências no enoturismo à escala internacional.
“Não há razão nenhuma para que não possamos ser um dos principais destinos de enoturismo do mundo. Outros já o são sem terem a beleza dos nossos recursos naturais e paisagísticos, alguns deles esmagadores, a qualidade dos nossos vinhos, a nossa história secular, a qualidade da nossa oferta turística e a hospitalidade das nossas gentes”, considerou.
O responsável referiu que o enoturismo é um produto com “grande capacidade de atração” e que “facilmente conquista novos públicos”, criando uma “relação emocional” e bem explorado e dinamizado, alavanca outros produtos turísticos como a gastronomia, turismo cultural, termalismo, turismo de natureza ou turismo náutico.
Questionada pela Lusa sobre se a vinha e o vinho podem ser os produtos de excelência para a internacionalização do Norte de Portugal, a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, disse que concorda, destacando que a TPNP “fez um trabalho excelente” de parceria para apresentar a nova rota e que, portanto, estava “de parabéns”.
“Com certeza que serão. Não tenho dúvidas nenhumas. Não só do Norte, mas de Portugal como um todo. Temos regiões de Norte a Sul do país, incluindo as nossas ilhas, com vinhos altamente distintivos. Evidentemente sendo eu do Norte e gostando eu especificamente dos vinhos do Norte estou muito orgulhosa deste trabalho que foi desenvolvido a Norte com as comissões vitivinícolas, com todos os parceiros que têm uma ambição comum que é valorizar este produto endógeno e projetar o Norte além-fronteiras”, defendeu a governante.
Questionada pela Lusa sobre se a criação da nova rota poderia ajudar na retoma do setor turístico, Rita Marques observou que a retoma está “ancorada em vários vetores”, um deles é a “segurança sanitária” e o outro os ”motivos de visita”.
“Portugal é muito mais que sol e mar. A gastronomia é um ativo que nos distingue e uma boa gastronomia não vive sem um bom vinho e portanto as nossas rotas e os nossos produtos endógenos, neste caso o vinho, devem ser valorizados. Devem ser trabalhados, contando uma narrativa, algo que apresente uma proposta distintiva”.
“A Rota dos Vinhos e do Enoturismo do Porto e Norte de Portugal é criada com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento turístico sustentável da região, através do aproveitamento do grande potencial da cultura da vinha e do vinho, associando-o à notoriedade e posicionamento turístico do destino Porto e Norte de Portugal”, acrescentou o presidente da TPNP, recordando que nos últimos 10 anos muitas quintas foram requalificadas para o enoturismo.
Existem atualmente na região mais de “400 quintas com potencial para desenvolver a atividade turística”, condição essa que potencia a diversificação da oferta do enoturismo por todo o território do Porto e Norte e nos quatro subdestinos (Porto, Douro, Trás-os-Montes e Minho), o que faz “deste produto verdadeiramente estratégico para a região”.
“Muitas destas quintas passaram por um processo de adaptação à realidade do enoturismo e são hoje espaços reconhecidos a nível mundial, com excelentes infraestruturas, tendo muitas delas sido, meritoriamente, galardoadas com prémios internacionais de relevo”, recordou.
A rota dos Vinhos e do Enoturismo do Porto e Norte vão permitir, por exemplo, realizar visitas de caráter vitivinícola a caves, adegas, quintas e hotéis vínicos, promovendo a cultura vitivinícola e os respetivos vinhos de cada uma das regiões vitivinícolas da região Norte, desde a vinha até aos processos de vinificação, envelhecimento e produto final.