O Plano de Eficiência Hídrica do Alentejo prevê 41 medidas para a agricultura, inclusive reservatórios artificiais intermédios de água e uma dessalinizadora no rio Mira, prevendo-se um investimento total de “quase 1.000 milhões de euros”, anunciou hoje o Governo.
“No Alentejo, podemos contar com 41 medidas para a agricultura, um investimento previsional na ordem dos quase 1.000 milhões de euros, em que 79% está associado a medidas do setor agrícola, que quer poupar 12% dos consumos nos aproveitamentos hidroagrícolas coletivos”, declarou a ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes.
A governante falava numa sessão da iniciativa “Governo Mais Próximo” realizada na Estação Elevatória dos Álamos, no concelho de Portel, distrito de Évora, onde esteve acompanhada do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro.
Um dos “grandes temas” do próximo Conselho de Ministros, que se realiza na quinta-feira, em Évora, será a aprovação para discussão pública do Plano de Eficiência Hídrica do Alentejo, indicou o primeiro-ministro.
De acordo com a ministra da Agricultura, o Plano de Eficiência Hídrica do Alentejo, que pretende resolver o problema de falta de água, tem como medidas “mais urgentes” para o setor agrícola intervenções na zona do rio Mira, nomeadamente a instalação do sistema de “captação do volume morto da albufeira da barragem de Santa Clara”, construção de reservatórios artificiais intermédios e modernização e reabilitação da rede de distribuição deste aproveitamento hidroagrícola, “no montante de 30 milhões de euros”.
“Ainda no Mira, propomos, com uma parceria com os privados, com os agricultores, a instalação de uma dessalanisadora, que pode rondar os 50 milhões de euros”, informou.
Maria do Céu Antunes disse que o plano inclui uma intervenção no rio Xévora, com a construção da rede de transportes e distribuição de água para rega.
Na barragem do Roxo, o Governo quer “modernizar os blocos de rega gravíticos e reabilitar o canal condutor, com um investimento de quase 50 milhões de euros”.
O plano pretende ainda assegurar no Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA), o alargamento e as ligações a Reguengos, Messejana, Monte da Rocha e Vidigueira, “num total de 125 milhões de euros”, revelou a governante.
O Governo tem como desígnio, “a médio e a longo prazo”, aumentar a capacidade de armazenamento da água em todo o país, “para poder produzir de forma mais sustentável e de forma mais resiliente”, realçou a ministra da Agricultura, destacando que o Programa Nacional de Regadios, a concluir até 2025, “conta já com 72% dos 340 projetos executados ou em execução em 120 concelhos do país”.
O investimento em eficiência hídrica soma “mais de 1.200 milhões de euros” para beneficiar a agricultura portuguesa e ter a capacidade de produzir outros bens para outros fins, designadamente para turismo, indústria e abastecimento público, disse a governante.
Segundo o ministro do Ambiente, nos últimos 25 anos foram investidos mais de 13 mil milhões de euros para que a água chegue a casa os cidadãos em segurança e com qualidade, o que equivale a 500 milhões de euros anuais.
Duarte Cordeiro adiantou que para o Plano Regional de Eficiência Hídrica do Alentejo, “foram identificadas mais de 70 medidas de curto e médio prazo”, das quais 41 para o setor agrícola, 12 para medidas de gestão dos recursos hídricos, 12 para o setor urbano, seis para o turismo e duas para a indústria.
“O horizonte de concretização das medidas é 2030, sendo a maior parte concretizável até 2027”, informou o Governo, precisando que plano prevê investimentos de 993 milhões de euros, dos quais 79% para a agricultura.
993 milhões de euros e 70 medidas para garantir a eficiência hídrica no Alentejo