Esqueça as convenções, que nos vinhos o essencial é mesmo o prazer e satisfação. E com alguma ousadia e desafio ainda melhor.
Por vezes, as regras convencionais sobre vinhos e comidas podem tornar-se confusas e até ridículas. Então o melhor vinho não é aquele que me apetece e que me sabe melhor? Claro que sim! E se for Verão? E se for com peixe? E se…? Então não pode ser tinto?
A norma é que peixes e tempo quente pedem os vinhos brancos, mas não deixa de ser também verdade que a arte e engenho enológico nos oferecem hoje tintos leves e frescos e também brancos mais quentes e contundentes.
E não esquecer ainda que o vinho é também o momento e a circunstância. O prazer da conjugação com a comida pode resultar até muitas vezes mais do momento, da envolvência e atmosfera, do que propriamente das suas características. Primordial é viver o momento e potenciar o prazer e, por vezes, uma certa dose de risco e ousadia são também um tempero extra.
É, pois, claro que pode beber um tinto no Verão e também para acompanhar pratos de peixe. E até deve, se é o que lhe apetece e parece mais adequado. Haverá apenas que tomar algumas precauções e estar atento a alguns pormenores. Tal como argumentou o abade de Priscos quando questionado pelo rei sobre a palha que tinha usado na confecção do célebre pudim: “Todos comem palha, é preciso é saber servi-la!”
É claro que uma comida leve deve convocar um vinho igualmente leve e subtil. Mas isso não exclui os tintos. Têm é que ser escolhidos os mais leves, com estrutura mais delicada, perfil frutado e taninos macios e suaves. E também servidos um pouco mais frescos. Não gelados, que os tornaria rudes e amargos, mas apenas mais refrescados, para destacarem a componente frutada, a textura suave e macia.
Outro aspecto a ter em conta é a maneira […]