O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou a primeira estimativa das Contas Económicas da Agricultura (CEA) para 2024, revelando um aumento significativo no rendimento da atividade agrícola. Em termos reais, por unidade de trabalho ano (UTA), o rendimento deverá crescer 14,7%, impulsionado principalmente pelo forte aumento dos subsídios à produção.
Este crescimento mais notável deve-se ao aumento expressivo dos apoios à produção, que deverão subir 128,4% em 2024. Podendo afirmar-se que este aumento é um reflexo direto das políticas agrícolas reforçadas para o período 2023-2027, especialmente o Plano Estratégico para a Política Agrícola Comum (PEPAC), que visa apoiar os objetivos ambientais e climáticos da União Europeia.
O Valor Acrescentado Bruto (VAB) do setor agrícola deverá aumentar ligeiramente em 1,0%, apesar de uma variação nominal negativa na produção agrícola (-0,5%) e uma redução mais acentuada no consumo intermédio (-1,3%). Em termos reais, o VAB deverá crescer 7,9%, destacando a resiliência do setor.
No capítulo da produção vegetal prevê-se uma diminuição nominal de 1,4%, apesar de um aumento em volume de 5,1%. A produção de cereais deverá crescer 10,5% em volume, beneficiando de condições meteorológicas favoráveis. No entanto, os preços de base dos vegetais e produtos hortícolas deverão diminuir 9,4%.
Quanto a produção animal estima-se um aumento em volume de 3,6%, com destaque para os bovinos (5,3%) e suínos (5,2%). Os preços de base deverão diminuir 3,5%, refletindo uma estabilização no valor da produção animal.
Os subsídios pagos aos produtores agrícolas deverão aumentar 94,2% em 2024. Este aumento significativo é essencial para apoiar os agricultores na transição para práticas mais sustentáveis e na adaptação às novas políticas agrícolas da UE.
O crescimento do rendimento agrícola em 2024 é um sinal positivo para o setor, indicando uma recuperação consistente e uma adaptação bem-sucedida às novas políticas e condições de mercado.
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O artigo foi publicado originalmente em Rede Rural Nacional.
