A Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO) divulgou hoje um guia com diretrizes atualizadas para ajudar os países a lidarem com os incêndios florestais extremos.
O documento “Diretrizes voluntárias para a gestão integrada de incêndios: princípios e ações estratégicos” atualiza orientações com duas décadas desta agência da ONU (Organização das Nações Unidas) e integra novas recomendações “para enfrentar os desafios decorrentes da atual crise climática”, refere a organização em comunicado.
Até ao final do século, os incêndios florestais extremos devem tornar-se cerca de 50% mais frequentes e as mudanças ambientais ligadas às alterações climáticas, como secas mais frequentes, altas temperaturas e ventos fortes, “provavelmente resultarão em temporadas de incêndios mais quentes, secas e longas”.
Segundo a FAO, cerca de 340 milhões a 370 milhões de hectares da superfície da Terra são queimados anualmente por incêndios florestais, com prejuízos para o desenvolvimento sustentável e os meios de subsistência das comunidades e originando grandes volumes de emissões de gases de efeito de estufa.
“Como respondemos ao desafio dos incêndios florestais é fundamental (…). Devemos mudar o nosso foco das respostas reativas para as estratégias proativas e dar prioridade à prevenção e preparação”, disse citado no comunicado o diretor da Divisão Florestal da FAO, Zhimin Wu, que lançou a nova edição do guia durante a 9.ª Semana Mundial das Florestas, a decorrer em Roma.
O lançamento das diretrizes atualizadas é “a atividade de estreia” do Centro global de gestão de incêndios, criado em 2023 pela FAO e pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA), com o apoio dos Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha e Portugal, bem como da República da Coreia.
O centro anunciou que já recebeu financiamento no valor de quase cinco milhões de dólares (4,6 milhões de euros), um “apoio essencial para a sua missão de reduzir os efeitos adversos dos incêndios florestais na sociedade, nas paisagens e no clima”.