Na sequência da realização do webinar “A Digitalização nas Comunidades Locais”, que decorreu em formato online no último dia 23 de fevereiro, a parceria do Projeto de Cooperação INCOMUN, divulga uma Nota com as principais conclusões do evento.
Esta iniciativa está inserida no Ciclo de Conferências “Desafios do Rural”, integrado no Projeto de Cooperação, INovação e COnhecimento no MUNdo Rural (INCOMUN), desenvolvido por uma parceria de Grupos de Ação Local, no âmbito da Cooperação LEADER.
POR UMA DIGITALIZAÇÃO PARA TODOS
Notas do webinar “A Digitalização nas Comunidades Locais”
No âmbito das ações do Projeto de Cooperação INCOMUN – Inovação e Conhecimento no Mundo Rural, realizou-se, no dia 24 de fevereiro, por iniciativa dos 10 GAL parceiros, o webinar subordinado ao tema “A Digitalização nas Comunidades Locais”.
Da intervenção de abertura da Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, das comunicações do Vice-Reitor da UTAD, Artur Cristóvão, do Investigador da INOVA-RIA, Rui Lopes e da Presidente da Federação Minha Terra, Ana Paula Xavier, assim como dos contributos partilhados por alguns dos 250 participantes na fase do debate, ressalta um conjunto de reflexões que pela sua importância importa reter e consolidar.
Foi evidente, neste webinar, que a aposta na transição digital justa e inclusiva, terá mais eficácia e valor, quanto maior for o envolvimento da sociedade, no seu todo, assumindo-se esta, como fator determinante de coesão económica, social e territorial. Esta transição digital justa, surge assim, associada ao reforço de uma cidadania ativa e de uma democracia mais participada, configurando-se como motora da igualdade de oportunidades no que concerne aos cidadãos individualmente, mas também às empresas, independentemente da zona do país onde se encontram.
Foi também evidente, a transformação que se deseja para as comunidades locais, assente na maior abrangência da cobertura e conetividade digital, sendo imperioso identificar e envolver os atores que detenham capacidades para reforçar a procura e a utilização da internet. Estas dimensões foram consideradas determinantes para o desenvolvimento e a criatividade necessárias para reinterpretar o território, a partir dos ativos específicos aí instalados. A importância da adoção de soluções para o aprofundamento da literacia digital dos potenciais utilizadores e beneficiários, com um objetivo evidente de minimizar os efeitos negativos associados à infoexclusão, foi também uma das conclusões deste webinar.
Ambiciona-se uma digitalização para todos, que se revele numa oportunidade para os territórios, facilitadora de incorporação de inovação e conhecimento científico no tecido económico e social, promotora da cocriação de novas ideias e agendas para a competitividade e bem-estar dos cidadãos e com capacidade de atração e fixação de novos residentes, onde se incluem os nómadas digitais.
O papel ativo dos cidadãos, empresas, instituições locais é uma oportunidade para os territórios rurais se apropriarem do digital e das possibilidades que este oferece, mas no debate realizado, foi evidente a necessidade de obter um equilíbrio que garanta a manutenção da sociabilização e humanização das relações e dinâmicas intrínsecas às comunidades, aspetos considerados como dos seus principais ativos.
Neste quadro de mudança nos territórios, de entre os agentes mobilizadores das vontades locais, emergem, entre outros, os Grupos de Ação Local que demonstram experiência e capacidade de responder aos desafios que se colocam no futuro.
A implementação de uma experiência-piloto que se consubstancie na criação e dinamização de Centros INCOMUN foi apresentada como uma proposta de interface entre a rede de produção de conhecimento que existe no país, nomeadamente com os polos de inovação que o Ministério da Agricultura pretende implementar no âmbito da sua Agenda da Inovação, e as comunidades locais, num modelo que permita a transferência de conhecimento produzido, mas também, numa perspetiva das necessidades sinalizadas pelos diversos agentes nos territórios. Pretende-se que estes Centros se constituam como espaços indutores da inovação que respondam às necessidades específicas das diversas comunidades, através da construção de novas soluções para as suas ambições, baseadas em ecossistemas favoráveis à digitalização.
Através do Projeto INCOMUN, os Grupos de Ação Local demonstram a sua disponibilidade para integrar este processo de abertura dos territórios aos desafios da sua crescente digitalização, preparando-os e dotando-os de competências e conhecimentos que permitam aproveitar as oportunidades que surgem deste imparável processo de desenvolvimento.
25 de fevereiro de 2021, A Parceria do Projeto de Cooperação INCOMUN
O artigo foi publicado originalmente em Rede Rural Nacional.