A Montepuez Rubi Mining (MRM), que explora rubis no norte de Moçambique, ofereceu cinco toneladas e meia de sementes de diversas culturas a famílias afetadas pelos ataques armados no norte de Moçambique, anunciou hoje a empresa em comunicado.
“A provisão de sementes é feita para apoiar as famílias que voltaram recentemente às suas zonas de residência e que, tendo estado distantes, não puderam preparar os campos para a campanha agrícola em curso”, referiu a MRM no comunicado enviado hoje à comunicação social.
As sementes, “certificadas e com alto potencial de produção”, foram distribuídas por 412 famílias de duas comunidades dos distritos de Ancuabe e Montepuez, afetadas “pelos ataques atribuídos à atividade insurgente no dia 20 de outubro de 2022”, refere-se no documento.
“Esta oferta chega no momento certo porque estamos em época de sementeira. Agradecemos à empresa pelo gesto e estamos certos de que estas sementes nos vão ajudar a cuidar das nossas famílias”, declarou Inácio Geraldo, chefe da aldeia de Mpene, uma das beneficiárias da iniciativa, citado no comunicado.
As cinco toneladas e meia de sementes de milho, feijão, amendoim e gergelim, representam um financiamento de cerca de um milhão de meticais (14,7 mil euros), segundo a Montepuez Rubi Mining.
A Montepuez Ruby Mining (MRM) possui cerca de 34 mil hectares de concessão para exploração de rubis em Cabo Delgado e apresenta-se como a principal investidora na extração de rubis em Moçambique, sendo detida em 75% pelo grupo Gemfields e em 25% pela moçambicana Mwiriti Limitada.
A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.
O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.