O Maláui será o segundo país africano e o primeiro de baixo rendimento a receber financiamento ao abrigo da nova Janela contra os Choques Alimentares, do Fundo Monetário Internacional, no valor de 88,3 milhões de dólares.
As verbas de cerca de 85,5 milhões de euros serão entregues ao Governo do Maláui para “lidar com as necessidades urgentes da balança de pagamentos e mitigar o impacto do choque alimentar”, de acordo com um comunicado do FMI, que dá conta de uma situação muito difícil neste país africano.
“A insegurança alimentar no Maláui aumentou significativamente devido a múltiplas tempestades tropicais, produção de colheitas abaixo da média e aumento dos preços para fatores de produção agrícola e alimentares, como fertilizantes e sementes, o que fez com que cerca de 20% da população deverá ir estar em situação de insegurança alimentar aguda na próxima época de colheitas, mais do dobro do registado em 2021”, diz o FMI.
Também esta semana, o FMI chegou a acordo com o Sudão do Sul para garantir 112,7 milhões de dólares (109 milhões de euros), ainda sujeito à aprovação do conselho de administração do Fundo.
As duas nações têm enfrentado o aumento do custo das rações e têm visto as reservas internacionais em moeda estrangeira diminuir num contexto de subida da inflação, que no Maláui foi de 34,5% desde fevereiro, e no Sudão do Sul dois terços das pessoas enfrentam uma severa insegurança alimentar.
O Maláui e o Sudão do Sul estão entre os 48 países que o FMI identificou como mais afetados pela pior crise alimentar que o mundo enfrenta desde a crise financeira global de 2008.
O Fundo criou esta nova janela de ação em setembro, por um período de um ano, para países com urgentes necessidades de financiamento da balança de pagamentos devido a insegurança alimentar, aumento rápido na fatura das importações alimentares ou um choque nas exportações de cereais.
O Maláui está entre dezenas de países de baixo rendimento com uma dívida que o FMI considera insustentável, o que os impede de acederem a fundos do FMI, a não ser que tenham tomado medidas para fazer regressar o rácio para níveis viáveis do ponto de vista da sustentabilidade.