A produção de verão da laranja do Algarve registou uma quebra de 50%. A Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve (CACIAL) nota mesmo que só a laranja de importação impediu a paragem total da atividade desde agosto até novembro.
“A [temporada] anterior revelou-se uma campanha com poucos quilogramas, na última variedade, que é a variedade de verão. Houve 50% menos do que a quantidade normal”, explicou o dirigente da CACIAL, Horácio Ferreira, à agência Lusa, frisando que essa quebra levou a que a cooperativa estivesse “parada com a laranja nacional em agosto, setembro, outubro e uma boa parte de novembro”.
O dirigente da CACIAL recordou que, no início da campanha 2022/2023, vinha-se “de um ano de superprodução” em que já se sabia que “no ano a seguir haveria alguma quebra” e a produção seria “bastante menor”, mas sublinhou que, para a campanha agora iniciada, se espera “um ano normal de produção”.
“Neste momento, na campanha que iniciámos agora, com a laranja de inverno, estamos quase próximos de um ano normal – quase, porque ainda temos alguma quebra. Na [variedade] de primavera temos [prevista] alguma quebra e na última variedade, a de Valência Late [tardia], que no ano passado teve uma quebra de 50%, este ano está bem de produção “, estimou.
Horácio Ferreira alertou, no entanto, que a atividade está a ser afetada por um “problema de água” que “está cada vez mais na ordem do dia” e que classificou como “aterrorizante” para os citricultores algarvios, cada vez mais afetados pelos efeitos da seca que atinge o Algarve.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.