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– 16-10-2012 |
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Investiga��o in�dita em Portugal liga polui��o � dissemina��o de resist�ncias a antibi�ticos
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H� locais na Bacia Hidrogr�fica do Vouga contaminados com bact�rias resistentes a antibi�ticos com grande relev�ncia cl�nica. A descoberta de estirpes bacterianas com resist�ncia �s cefalosporinas de terceira gera��o, um dos tipos de antibi�tico mais utilizado em meios hospitalares portugueses, foi feita por uma equipa de investigadores do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (UA). Os investigadores não sabem ainda se as estirpes em causa provocam infec��es em humanos mas j� provaram que conseguem transferir para bact�rias patog�nicas sem resist�ncia a antibi�ticos a caracterástica que as torna imunes aos antibi�ticos. O cen�rio � ainda mais alarmante pelo facto das resistentes comunidades bacterianas terem sido encontradas em �guas utilizadas para regas agr�colas e pesca.
As estirpes de Escherichia coli, de Aeromonas hydrophila, de Pseudomonas sp. e de Enterobacter foram isoladas pelos cientistas da UA depois de analisarem amostras de �gua de 11 locais de outros tantos rios da Bacia Hidrogr�fica do Rio Vouga. Antu�, C�rtima e Ul são os rios onde foram localizadas. Face � descoberta, os investigadores da UA alertam para o facto das resist�ncias encontradas serem "um problema grav�ssimo na cl�nica pois limitam a efic�cia dos antibi�ticos mais usados em caso de infecção".
"As estirpes mais resistentes foram encontradas em tr�s locais muito polu�dos onde a qualidade da �gua � muito baixa", descreve Isabel Henriques, investigadora do Departamento de Biologia da UA e especialista em microbiologia ambiental. A respons�vel pelo estudo, a par dos investigadores Ant�nio Correia e Marta Tac�o, aponta para que "noutros s�tios da bacia hidrogr�fica do Vouga com as mesmas caracterásticas de �gua, ainda que não tenham sido analisados, haja uma elevada probabilidade de existirem mais comunidades de bact�rias com este tipo de resist�ncia a antibi�ticos".
"não consigo quantificar o risco destas bact�rias chegarem ao homem, mas está cientificamente comprovado que h� uma dissemina��o de resist�ncia a antibi�ticos que vai do ambiente, neste caso da �gua, para os humanos e que depois terá impacto na cl�nica", explica. Isabel Henriques real�a o facto das �guas onde as bact�rias foram localizadas serem utilizadas para regas de campos agr�colas e para pescar. "Um dos locais está localizado junto a Estarreja, o outro tem vilas � volta e o terceiro fica próximo da cidade de Oliveira de Azem�is", refere a cientista.
Genes da resist�ncia t�m grande mobilidade
O estudo da UA atestou ainda que os genes que conferem a resist�ncia �s cefalosporinas de terceira gera��o estáo associados a elementos gen�ticos m�veis, ou seja, "essa resist�ncia pode ser facilmente transmitida de bact�ria para bact�ria". Isabel Henriques explica que "as pr�prias bact�rias podem passar a caracterástica da resist�ncia a antibi�ticos a outras que não a tenham e que, apesar de serem patog�nicas, podiam ser combatidas com antibi�ticos". Mas uma vez transferido o gene da resist�ncia �s cefalosporinas, essa arma m�dica deixa de ser eficaz. "Esse � que � o problema pois poderemos ter bact�rias que v�o combinar a capacidade de causar doen�as com a capacidade de resistir aos antibi�ticos", alerta Isabel Henriques.
Este estudo mostra que a polui��o da �gua promove a dissemina��o deste tipo de resist�ncias a antibi�ticos, ou seja, que �guas muito polu�das constituem um risco maior. "Fica demonstrado que o Homem, como agente poluidor, está a fazer com que locais polu�dos se tornem um dep�sito com resist�ncias que depois t�m impacto em termos de Saúde pública", refere Isabel Henriques.
Fonte: UA
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