Trabalhadores destes setores com perdas de poder de compra de até 4,3%. Ordenados do turismo e consultoria recuperam.
O arrefecimento dos preços da energia para -18,8% e dos bens alimentares para 8,5%, em junho, e consequentemente a quebra nos lucros que podem gerar, está a ter o efeito perverso de provocar uma perda de poder compra de até 4,3% nas remunerações brutas mensais dos trabalhadores da eletricidade, gás e vapor e da agricultura, segundo os dados extraídos pelo Dinheiro Vivo do relatório publicado esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) relativo ao segundo trimestre. Em junho, a inflação recuou para 4,4% muito por força da quebra do custo da luz, gás e dos alimentos.
Contrariando a tendência global de aumento de 2,4% dos salários brutos médios reais dos trabalhadores, já depois de deduzida a inflação de junho, de 4,4%, os ordenados praticados no setor da eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio registaram a maior quebra, de 4,3%, fixando-se em 2963 euros. Ainda assim, e em termos absolutos, trata-se de um vencimento bem superior ao da média global, de 1288 euros. Na agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, verificou-se uma contração dos ordenados médios reais de 1,2% para 766 euros, valor que fica apenas seis euros acima do salário mínimo nacional (760 euros).
Inflação alta, nestes setores, gera margens e lucros mais elevados para as empresas, o que lhes permite remunerar […]