Cerca de 340 hectares do concelho de Oliveira do Hospital foram destruídos pelas chamas no sábado, faltando ainda contabilizar a área ardida na terça-feira, revelou hoje o presidente da Câmara Municipal, José Francisco Rolo.
Em declarações à agência Lusa, o autarca de Oliveira do Hospital explicou que em menos de oito horas foram consumidos cerca de 340 hectares do seu concelho, depois do incêndio de Seia ter atravessado de Paranhos para Seixo da Beira.
“Agora falta contabilizar a área ardida durante o dia de ontem [terça-feira]. Já está a ser feito o levantamento da área ardida e dos danos”, informou.
De acordo com José Francisco Rolo, o incêndio que atingiu o concelho na terça-feira ficou resolvido durante a manhã de hoje, vivendo-se agora “um momento estável e controlado”.
“Não há nenhum incêndio ativo no concelho. Está tudo tranquilo, mas em vigilância e alerta permanente, depois de Oliveira do Hospital ter estado cercada pelas chamas”, evidenciou.
O autarca recordou que na terça-feira tiveram “a norte um fogo a cercar Oliveira do Hospital do lado de Nelas e outro na zona das Caldas da Felgueira, também do lado de Nelas”.
“As chamas também nos cercaram do lado de Oliveira do Conde, concelho de Carregal do Sal, e ainda do lado do concelho de Tábua”, acrescentou.
À Lusa, disse ainda que durante a madrugada de hoje, por volta das 01:30, registou-se mais uma ocorrência entre Lagares da Beira e Meruge que, atendendo à hora e ao facto de a zona “estar tranquila”, “levanta suspeitas de fogo posto”.
“Depois de dias com grande preocupação, com o concelho de Oliveira do Hospital cercado por várias ocorrências de grande dimensão, felizmente conseguimos acorrer com meios. Deixo uma palavra de reconhecimento e apreço ao esforço e organização dos bombeiros e a boa coordenação de meios”, concluiu.
Sete pessoas morreram e cerca 120 ficaram feridas, das quais 10 em estado grave, devido aos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), hoje pelas 12:00, estavam em curso 44 incêndios, dos quais 23 eram considerados ocorrências significativas, que envolviam mais de 3.000 operacionais, apoiados por perto de mil meios terrestres e 19 meios aéreos.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e alargou até quinta-feira a situação de alerta, face às previsões meteorológicas.