Os meios de combate aos incêndios rurais vão ser reforçados a partir de hoje, passando a estar no terreno 10.400 operacionais e 23 meios aéreos, menos 11 do que aqueles que estavam previstos.
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para este ano foi apresentado em abril e contabilizava 34 meios aéreos para o período de 15 a 31 de maio, mas para hoje, segundo avançou a Força Aérea Portuguesa (FAP) à Lusa, “estão garantidos 23 meios aéreos”. A estes vão juntar-se mais nove meios aéreos “assim que cumpridas todas as formalidades administrativas e assinatura dos respetivos contratos”, o que totaliza 32.
Os 10.400 operacionais das 2.303 equipas envolvidos no DECIR nas próximas duas semanas são elementos pertencentes aos bombeiros voluntários, Força Especial de Proteção Civil, militares da Guarda Nacional Republicana e elementos do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, nomeadamente sapadores florestais e sapadores bombeiros florestais.
Em relação ao mesmo período do ano passado, estão envolvidos no DECIR mais 770 operacionais, mas menos 14 meios aéreos.
Os meios de combate a incêndios voltam a ser reforçados a 01 de junho, mas é entre julho e setembro, conhecida pela fase mais crítica, o período que mobiliza o maior dispositivo, estando este ano ao dispor 13.891 operacionais de 3.084 equipas e 2.990 viaturas, um aumento de 7,5% em relação a 2022.
O DECIR para este ano prevê ainda, para o período de 01 de junho a 30 de setembro, 72 meios aéreos, mais 12 do que em anos anteriores, mas este número não se conseguiu concretizar nos concursos públicos internacionais lançados duas vezes pela Força Aérea, faltando sete helicópteros, que vão ser adquiridos através de ajuste direto.
Em causa estão um concurso público para o aluguer de 33 helicópteros ligeiros para o período de 2023 a 2024 e um outro para a contratação de dois aviões anfíbios pesados para este ano e quatro para 2024.
Numa resposta enviada à Lusa, a FAP indica que não se conseguiram alugar cinco helicópteros ligeiros por “indisponibilidade no mercado internacional” e “desistência de um dos fornecedores”, pelo que vão ser substituídos por helicópteros médios.
A FAP também não conseguiu concretizar o concurso relativo aos dois aviões anfíbios “por indisponibilidade no mercado europeu e por noutros continentes o preço representar o dobro do previsto”, pelo que vão ser substituídos por dois helicópteros pesados.
A Força Aérea acrescenta ainda que a substituição destes dois aviões, também conhecidos por ‘Canadair’, foi coordenada com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e “permite minimizar a falta de aviões anfíbios no mercado”.