O Parque das Serras do Porto dispõe a partir de hoje de câmaras óticas, sensores digitais e um robot para a defesa e gestão da floresta contra os incêndios, num projeto de 5,6 milhões de euros.
Composto por seis serras – Santa Justa, Pias, Castiçal, Santa Iria, Flores e Banjas, o parque abrange os municípios de Gondomar, Paredes e Valongo, na Área Metropolitana do Porto, e tem uma extensão de quase 6.000 hectares, uma área que passará a estar sob vigilância do projeto rePLANT.
O projeto tecnológico que será hoje apresentado na Senhora do Salto, em Paredes, junta empresas, universidades e centros de investigação para a valorização e defesa da floresta, recorrendo a tecnologias inovadoras de defesa e gestão da floresta e do fogo, assinala o comunicado enviado à Lusa.
Quatro câmaras óticas farão a monitorização da floresta “ajudando a simular e a prever o comportamento do fogo”, recurso tecnológico acompanhado de “novos sensores digitais e processos para as máquinas florestais e a utilização de robótica nas operações florestais de limpeza das matas”, continua a nota de imprensa.
O rePLANT é apoiado pelo Compete/Portugal 2020, através dos programas POCI [Programa Operacional Competitividade e Internacionalização] e Lisboa 2020, e junta 20 entidades, entre empresas líderes do setor e entidades não empresariais de I&I [Investigação e Inovação], num esforço comum e coordenado para contribuir para uma maior valorização da floresta portuguesa, através da implantação de estratégias para gestão integrada da floresta e do fogo”, lê-se na descrição do projeto.
A iniciativa, liderada pela The Navigator Forest Portugal e pela CoLAB ForestWISE, junta os principais parceiros do projeto (REN [Redes Energéticas Nacionais], Universidade de Coimbra, whereness, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Altri, INESC TEC, Trigger, Fravizel) na apresentação das quatro inovações.
A primeira, um sistema de apoio à monitorização de incêndios florestais, é composta por câmaras óticas e térmicas, instaladas nos postes da REN, no território do parque destinadas a proteger e antecipar o impacto dos incêndios rurais na floresta, fornecendo imagens em tempo real, com informações sobre a meteorologia e a vegetação.
A investigação científica irá permitir simular o comportamento do fogo e monitorizar os incêndios, contribuindo para a resiliência e integridade da floresta e das infraestruturas, lê-se sobre o primeiro.
As aplicações móveis para inventário florestal, são o segundo recurso agora presente no parque, sendo que a “informação recolhida permite saber a quantidade de árvores, o volume e outras informações de caráter quantitativo e qualitativo”, continua o comunicado.
“Estas aplicações móveis podem ser utilizadas tanto por pequenos proprietários e associações florestais, bem como por grandes empresas do setor florestal, possibilitando uma estimativa muito fiável, de baixo custo, simples e rápida”, descreve.
A terceira inovação, uma integração digital de dados em equipamentos ao longo da cadeia de valor, “poderá permitir, por exemplo, a gestão em tempo real de máquinas florestais, monitorizando a produção, localização e movimentação da operação de corte”, enfatiza a nota de imprensa.
O robot Modular-E é a última das novidades no parque em tarefas de limpeza da floresta ao longo das linhas de plantação. Com uma precisão de registo centimétrico, este equipamento tem a capacidade de detetar áreas que necessitam de limpeza com uma margem de erro mínima. Além disso, é compacto e acessível, tornando-o uma solução prática e económica para a manutenção da floresta, acrescenta.
O rePLANT está estruturado em três grandes áreas de atuação: a gestão da floresta e do fogo (liderada pela Sonae Arauco e pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa), a gestão do risco (sob coordenação da REN e da Universidade de Coimbra) e economia circular e cadeias de valor (sob gestão da The Navigator Company e do ForestWISE).
O projeto foi iniciado em julho de 2020 e já permitiu a colocação de três câmaras óticas nos concelhos de Góis (Alvares, Cadafaz e Colmeal) e uma em São Matias, em Nisa.