Mas não se deve “brincar com o fogo”…
Em primeiro lugar, compete agora ao Ministério da Agricultura e ao Governo inventariar prejuízos e atribuir apoios públicos suficientes para acudir a tanto prejuízo !
Em Monchique e Silves, afinal, repete-se a história de violência e extensão dos Incêndios Florestais e Rurais. Felizmente, e seja por acção dos Homens ou da Providência, não se repetiu aqui a tragédia das mortes verificada noutros Incêndios.
Porém, a forma como este incêndio progrediu durante sete dias seguidos, como se manteve muito activo na Floresta e em espaços urbanos, e com o maior dispositivo de combate alguma vez operacionalizado em simultâneo, aconselha a que não se deva “brincar com o Fogo” porque, de repente, a tragédia pode precipitar-se, noutra Região, a juntar-se ao desastre económico, ambiental e social.
Neste Incêndio, arderam mais de 30 mil hectares de Floresta, matos, culturas agrícolas e ainda algumas Habitações, Infra-Estruturas e Indústrias. Não atingiu a extensão dos incêndios de 2003 verificados na mesma Região mas foi de uma violência brutal ! Aliás, em 2016, apenas há dois anos, os Incêndios de então pré-anunciaram que algo de mais grave poderia voltar a acontecer aqui e a curto prazo, como aconteceu !
E de pouco terão adiantado as sucessivas visitas, algumas delas muito recentes, de vários Governantes, à Região agora ardida, a “gabarem” as medidas “decretadas” pelo Ministério da Agricultura e pelo Ministério da Administração Interna tendo supostamente em vista a Prevenção e o Combate a Incêndios Florestais/Rurais.
Como dramaticamente salta à vista, e “muito dói” a quem por eles mais é afectado, os Incêndios Florestais não se regem por decretos e resoluções governamentais e por mais contra-ordenações e multas com que nos ameacem !…
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E GOVERNO
DEVEM CORRIGIR AGORA ERROS E OMISSÕES NA ATRIBUIÇÃO DOS APOIOS
Apesar da intensa propaganda, foi desastrosa a forma como o Ministério da Agricultura lidou com os problemas derivados dos Incêndios Florestais e Rurais do ano passado.
Nomeadamente, definiu Ajudas insatisfatórias para os Agricultores, Ajudas que, depois, vieram a ser atribuídas de forma ainda mais insatisfatória e seja devido a maus critérios específicos adoptados, seja devido aos baixos montantes financeiros fixados.
É agora necessário que Ministério da Agricultura e Governo tenham a modéstia democrática para reconhecerem tais omissões e erros e para os corrigirem com:
– Mais Ajudas aos Agricultores, por exemplo, com a Ajuda “simplificada” a poder atingir os 10 mil euros por lesado – outra grelha com o aumento dos valores elegíveis para reposição de culturas permanentes como Pecuária e Árvores de Fruto – a atribuição de Ajudas para reposição de Rendimentos comprometidos – a criação de Parques (públicos) de Recepção e Comercialização da Madeira ardida – a defesa eficaz do Ambiente, dos Solos e Águas.
E necessário é garantir um correcto Ordenamento Florestal nos territórios afectados.
Coimbra, 14 de Agosto de 2018
A Direcção da C N A