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– 09-05-2004 |
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Inc�ndios : Especialistas criticam "absentismo" de propriet�rios florestais Lisboa, 08 Mai "A percentagem de floresta privada em Portugal � das mais elevadas na Europa, mas as atitudes dos propriet�rios/empres�rios oscilam entre a aus�ncia de investimento e o absentismo, em cerca de um teráo do total (7 por cento da área florestal), e verdadeiras empresas", segundo um resumo das conclus�es do Encontro, que decorreu durante quatro dias. "A dimensão da propriedade e a atitude dos propriet�rios criam dificuldades inerentes de gestáo florestal e de ordenamento do territ�rio, favorecendo uma maior vulnerabilidade aos inc�ndios", acrescenta-se no documento. Os participantes no Encontro, nacionais e estrangeiros, real�aram que os inc�ndios de 2003 em Portugal vieram, "em larga medida, expor a inadequa��o de uma pol�tica vocacionada mais para a reflorestação do que para a gestáo da floresta e o ordenamento do espaço rural". A área florestal em Portugal era diminuta em 1870, mas actualmente ocupa mais de 30 por cento do territ�rio do Continente. Assim, "as florestas representam um grande valor econ�mico e social, sendo sustent�culo da economia de muitas regi�es, contribuindo de modo muito importante para o equil�brio da balan�a de pagamentos do país", real�aram os oradores. Depois de chamarem a aten��o que "os cen�rios de mudan�a clim�tica perspectivam um agravamento do risco meteorol�gico de inc�ndio � escala das pr�ximas d�cadas", os especialistas defenderam que "uma pol�tica de pura supressão do fogo não � satisfatéria, pelo que h� necessidade de enveredar por uma pol�tica de preven��o do risco ao nível. do ordenamento do territ�rio". Em sua opini�o, a reabilita��o das áreas ardidas passa pela conserva��o do solo e da �gua, a preven��o de novos inc�ndios e o aumento da qualidade do ecossistema e da paisagem. "Em virtude da natureza e da dimensão dos danos causados pelos inc�ndios, o mercado dos seguros florestais – hoje restrito aos povoamentos das empresas de celulose – s� � vi�vel num sistema de partenariado", defenderam igualmente. Os objectivos deste sistema dever�o ser o aumento do investimento florestal, da receita dos produtores e da protec��o dos recursos. Os t�cnicos não t�m d�vidas de que "o �xodo rural e o abandono progressivo das actividades agr�colas são factores determinantes do elevado n�mero e da grande dimensão das áreas percorridas anualmente pelos inc�ndios rurais" em Portugal. Em 2003, a área ardida em Portugal ascendeu a 423.276 hectares, o que representa quatro vezes mais do que a média anual do dec�nio de 1990 e mais do dobro do pior ano até ent�o em matéria de inc�ndios florestais, que foi 1991, segundo o Relatério Final da Comissão Parlamentar Eventual para os Fogos Florestais. Os inc�ndios florestais em 2003, que causaram 20 mortos, representaram 400 milhões de euros de preju�zos, segundo o Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas. O I Encontro sobre Planeamento do Território e Protec��o da Floresta contra Inc�ndios realizou-se no ambito de um protocolo celebrado entre o Banco Totta/Grupo Santander, o Instituto Superior de Agronomia/Universidade T�cnica de Lisboa e a Funda��o para a Ci�ncia e a Tecnologia, que visa a aplica��o da segunda parcela dos fundos reunidos na conta de solidariedade "Reconstruir o Futuro". O objectivo � apoiar iniciativas nas áreas do ensino, investiga��o e coopera��o internacional que conduzam a um melhor conhecimento dos inc�ndios florestais e a propostas que evitem no futuro as dimens�es que estes assumiram em 2003.
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