Grandes produtores de frutos vermelhos, como framboesas e mirtilos, ultrapassaram a quota de água e o Ministério da Agricultura admite não lhes fechar a torneira por estarem “envolvidos investimentos com impacto produtivo, económico e social muito relevante”. Mas se faltar a água, o Ministério do Ambiente não hesitará em cortar os acessos à agricultura
A tensão cresce no Sudoeste alentejano devido à guerra pelo acesso à água que opõe pequenos proprietários agrícolas e grandes empresários ligados às culturas intensivas de frutos vermelhos, como as framboesas e os mirtilos. Várias fontes contactadas pelo Expresso, entre as quais o próprio presidente da Câmara de Odemira, temem mesmo que a contestação social suba de tom e já foi convocada uma assembleia-geral da Associação de Beneficiários do Mira (ABM) para a próxima segunda-feira, que promete agitação.
A “distribuição equitativa da água pelos beneficiários do perímetro de rega vai contra os interesses dos grandes produtores que não querem limites”, aponta Manuel Amaro, o diretor suspenso há uma semana. E acrescenta: “As guerras da água no Sudoeste são antigas, mas agora estão a levar a grande agitação social”. […]