A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) manifestou hoje “preocupação” com a recondução de Maria do Céu Antunes como ministra da tutela, sublinhando que é um “mau sinal” para a “necessária” mudança de políticas.
“Quando os protagonistas são os mesmos, a esperança na mudança é, naturalmente, menor”, disse à Lusa o dirigente da CNA Vítor Rodrigues, à margem de um protesto de agricultores em Braga.
Para Vítor Rodrigues, a recondução de Maria do Céu Antunes “não deixa de ser uma surpresa e faz antever que o Governo não pretende alterar o seu rumo político” para o setor da Agricultura.
No entanto, Vítor Rodrigues sublinhou que a mudança de política “é necessária e terá mesmo de ocorrer”, face aos “tempos complicados” que se vivem, seja pela pandemia de covid-19, pela seca ou pela guerra na Ucrânia.
O dirigente defendeu que é preciso baixar os preços dos fatores de produção, designadamente combustíveis e eletricidade, e regular a comercialização, de forma a que a grande distribuição “não obrigue os pequenos produtores a venderem abaixo do custo de produção”.
“Foram sendo falados vários nomes para a pasta da Agricultura, mas a escolha acabou por ser a recondução. É verdade que, mais do que as caras, interessam as políticas. Mas quando há a manutenção de alguém no lugar, não há melhor maneira de assegurar a continuidade das políticas”, disse ainda Vítor Rodrigues.
Centenas de agricultores manifestaram-se hoje, em Braga, para reclamar ao Governo o escoamento da produção agrícola e florestal nacional a “preços justos”.
O protesto, convocado pela Confederação Nacional de Agricultores (CNA), aconteceu “à boleia” da abertura da 54.ª edição da AGRO – Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação, que decorre até domingo, no Altice Forum Braga.
Maria do Céu Antunes mantém-se na liderança do Ministério da Agricultura, que agrega agora as pescas, segundo a composição do XXIII Governo Constitucional, conhecida na quarta.
Presidente da República aceita composição do XXIII Governo Constitucional