Somar ambiente à economia como forma de enfrentar o desafio climático, em vez de substituir economia por ambiente, deve ser o desígnio da transformação da nossa floresta.
O país tem decisões de fundo a tomar em matéria de política florestal. O mesmo é dizer que o próximo Governo é chamado a responder a duas questões: (1) que floresta(s) queremos para o nosso território e (2) como e com que meios queremos promover o desenvolvimento dessa(s) floresta(s). As respostas a estas perguntas deverão ser encontradas partindo da floresta que temos hoje (e não daquela que o nosso imaginário constrói) e dos meios de que dispomos. O mesmo é dizer que devemos evitar planos que não assumem o que existe no terreno bem como planos que exijam recursos (naturais, humanos e financeiros) que não estejam disponíveis.
Sobre a floresta que queremos, as opções sustentáveis com viabilidade para serem concretizadas não são muitas. Em primeiro lugar, há que ter em consideração as caraterísticas do território, a sua ocupação atual (incluindo matos, floresta bem gerida, mas também muitas áreas abandonadas) e as condições de clima (cada vez mais extremas). Estas três dimensões tornam contraproducente um caminho que assente principalmente numa floresta dita “natural”, conduzida por intervenções minimalistas, e com uma evolução “ao ritmo […]
Director-geral da CELPA – Associação da Indústria Papeleira e professor auxiliar do Instituto Superior de Agronomia