Grã-Bretanha foi o terceiro maior mercado de destino dos vinhos portugueses no ano passado, com vendas de 85,2 milhões de euros, quase 13% menos do que em 2021. Este ano crescem quase 10%, à boleia da antecipação das compras de vinho do Porto.
Uma garrafa de vinho do Porto ficou, esta semana, 44% mais cara no Reino Unido em consequência da entrada em vigor do aumento dos impostos especiais sobre o consumo de álcool. A medida já era esperada e, apesar de toda a contestação de entidades locais, entrou mesmo em vigor a 1 de agosto. Traduz-se num agravamento do preço final ao público em, pelo menos, 1,5 libras por garrafa. A Wine and Spirit Trade Association (WSTA) fala no “maior aumento de impostos sobre o álcool em quase 50 anos”, que “ameaça a sobrevivência” de empresas de importação e comercialização de vinhos generosos. Em Portugal, teme-se pelo efeito nas exportações totais do setor, já que o “Porto”, só por si, é responsável por um terço das vendas ao exterior, com o Reino Unido a ser o terceiro maior mercado em valor.
A alteração da tributação fiscal sobre as bebidas alcoólicas é diferenciada consoante o grau alcoólico das bebidas, com um claro favorecimento da cerveja e da cidra em relação aos vinhos importados, e cujo imposto sofre um aumento de 20%. Para um vinho espumante, com 12 graus de álcool (TAV, o chamado título alcoométrico volúmico), está previsto até uma redução de 7%, já os vinhos fortificados, como o Porto, Madeira ou Xerez, vão pagar mais 44%. A associação britânica, a WSTA, considera que os aumentos para os vinhos generosos são “punitivos e totalmente desnecessários” e lamenta que não tenha sido criado para estes um período transitório de 18 meses, como o criado para os vinhos tranquilos, durante o qual será aplicada uma taxa única a todos os vinhos entre os 11,5 e os 14,5 graus de álcool, como se tivessem 12,5.
27,6 milhões de euros é o valor total das exportações de vinhos portugueses, entre janeiro e maio, para o Reino Unido, mais 9,19% do que em 2022. Só o vinho do Porto foi responsável por 8,6 milhões de euros, um crescimento de 30,7%
“Este aumento é muito preocupante, vai seguramente afetar as nossas exportações para este mercado”, diz o presidente da ViniPortugal, que fala num caminho “perigoso”. “Sabemos que, tendo […]