A falta de matéria prima que se está a verificar em várias áreas pode finalmente obrigar o mundo a olhar para os resíduos como um recurso a aproveitar. Em Portugal, já há bons exemplos de aproveitamento de recursos, mas o país continua ainda muito longe de fomentar uma economia circular.
O mundo está em plena convulsão, com várias crises em simultâneo, como a guerra na Ucrânia, o aumento dos preços da energia e a escassez de matéria prima, mas tal pode finalmente impulsionar o desenvolvimento da economia circular. A ideia foi defendida por Joan Marc Simon, diretor-executivo da Zero Waste Europe, no painel dedicado à economia circular, na Grande Conferência Negócios 20|30 e Cerimónia de Entrega do Prémio Nacional de Sustentabilidade, que decorre hoje e amanhã, em Cascais e em streaming. “A procura está a superar a capacidade de fornecimento. Isto é uma tragédia, por um lado, mas também traz boas notícias, porque, pela primeira vez em séculos, se deixarmos os preços falarem a verdade, a agenda ambiental e a agenda económica podem finalmente caminhar lado a lado e começarem a colaborar”, referiu Joan Marc Simon.
A economia linear, que funciona desde a extração de recursos até ao descarte para resíduo, tem sido a realidade dos últimos séculos, apesar dos enormes impactos na natureza. Mas esta realidade está a mudar: “A economia linear fez sentido económico nos últimos séculos. Mas este paradigma está a mudar. Se os recursos antes eram considerados ilimitados, hoje são vistos como limitados”, referiu o diretor-executivo da Zero Waste Europe. Porém […]