O cabeça de lista da AD por Santarém afirmou hoje que Portugal tem perdido investimento por “falsas razões climáticas”, defendendo que “sempre existiram fenómenos extremos”, e avisou que agricultores já falam em organizar milícias armadas perante “os roubos nos campos”.
Numa intervenção num jantar-comício em Ourém, o antigo presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) Eduardo Oliveira e Sousa defendeu que “a floresta não é apenas um parque temático ou um armazém de carbono, é economia”.
“Proíbem novas plantações às cegas, baseados em ideologias de extrema-esquerda, movidos por um dissimulado combate à criação de riqueza, iludindo as pessoas com falsas razões de ordem climática ou de desordenamento do território”, criticou.
Como exemplo, apontou um investimento de 400 milhões de euros que poderia ter sido feito em Portugal mas que foi para a Galiza porque “o Governo do PS quando ouviu a palavra eucalipto e reprovou o projeto”.
“Caros amigos, sempre houve fenómenos extremos, em 1945 o Tejo em Santarém atravessava-se a pé, nesse ano ocorreu um ciclone que derrubou uma mata em Salvaterra de Magos”, afirmou, dando outros exemplos em que as notícias eram então “controladas pelo Estado central”.
O cabeça de lista da AD por Santarém considerou que “o planeta tem vida a própria”, admitindo que “as alterações em curso são diferentes e são mais recorrentes”, e há que “deitar mão do conhecimento e dos meios técnicos” para diminuir os riscos.
Num discurso de 20 minutos recheado de críticas à atual ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, alertou para uma outra situação nos campos, onde “voltaram os roubos” do cobre, da cortiça, da azeitona, das pinhas ou das castanhas.
“Os marginais andam à solta. A segurança nos campos está abaixo do nível zero, já ouvimos agricultores dizerem que não faltará muito para que sejam formadas milícias armadas no território, este assunto tem de ser resolvido com a GNR, as forças de segurança, quiçá com os militares”, disse.
À entrada para a última semana de campanha, Eduardo Oliveira e Sousa quis recorrer à linguagem tauromáquica – por estar no Ribatejo – para encerrar a sua intervenção.
“Temos uma pega por diante, o toiro já se voltou para nós, só falta bater-lhe as palmas e esperar pela investida. O dr. Montenegro é o forcado da cara, mas uma pega, para ser bem-sucedida, precisa dos ajudas, que estão atrás. Esses somos nós”, afirmou.
“Bata as palmas, vamos consumar a pega e no dia 11 vamos dar a volta à praça”, apelou.