Os dirigentes dos maiores sindicatos agrícolas franceses, FNSEA e JA (Jovens Agricultores), que anunciaram um “cerco” a Paris, foram convocados para se encontrarem hoje com o primeiro-ministro, Gabriel Attal, segundo a AFP.
Segundo as fontes da AFP, a reunião está prevista para as 18h00 locais (17h00 de Lisboa) e juntará ainda os ministros da Agricultura e da Transição Ecológica, porém nem o governo, nem os sindicatos confirmaram o encontro.
Entretanto, a ameaça de “cerco” está a concretizar-se, com bloqueios em alguns dos maiores eixos de acesso à capital francesa, enquanto o presidente reúne um gabinente de crise.
O ‘site’ de informações de trânsito local registava pelo menos oito bloqueios de rodovias e estradas na região.
Uma fila de dezenas de tratores, convocados pela Coordenação Rural, saiu cedo da cidade de Agen (entre Bordéus e Toulouse) em direção a Paris, à qual se juntaram outros pelo caminho, para à noite fechar o acesso ao mercado alimentar de Rungis, nos arredores da capital.
O ministro do Interior, Gérald Darmanin, tinha advertido domingo que se, por um lado, as forças da ordem não vão impedir os bloqueios de estradas em redor de Paris, desde que sejam respeitadas “as propriedades e as pessoas”, por outro lado vão intervir se os tratores tentem entrar ou bloqueiem Paris ou ainda se cercarem os aeroportos Orly e Charles de Gaulle.
O Governo anunciou a realização de uma reunião a partir das 15h15 locais (14h15 de Lisboa) presidida por Macron para analisar a situação, com o seu primeiro-ministro, Gabriel Attal, e os titulares das pastas da Agricultura, Marc Fesneau, Economia, Bruno Le Maire, Ecologia, Christophe Béchu, e Interior, Gérald Darmanin.
O governo francês tinha prometido apresentar, no prazo de 48 horas, novas medidas a favor dos agricultores e anunciou que pretende renegociar o fim do pousio obrigatório na cimeira da União Europeia (UE) marcada para quinta-feira.
“Em 48 horas teremos várias medidas que podemos colocar sobre a mesa de negociações”, disse hoje o ministro da Agricultura, Marc Fesneau, em entrevista ao canal France 2, em reação à pressão dos protestos.