As previsões do INE apontam para que a campanha oleícola de 2021 seja a mais produtiva de sempre. Em virtude de ser um ano de safra da cultura do olival, aliado a excelentes condições agrometeorológicas e ao aumento superfície do sistema de produção intensivo, é estimado que a produção alcance 2,25 milhões de hectolitros na campanha oleícola de 2021, cerca de +46% do que a produção de 2019, o segundo melhor registo desde 1915. De um modo geral, o azeite produzido apresenta uma boa qualidade, com baixa acidez e boas caraterísticas organoléticas. Como reverso, ocorreu esgotamento da capacidade máxima instalada dos lagares e, consequentemente, à suspensão da sua receção e laboração. Por forma a contornar esta situação de interrupção da cadeia de transformação, alguns produtores optaram por entregar parte da sua produção em lagares espanhóis.
Na semana em análise prosseguiu a campanha de comercialização de azeite 2021/2022 nas áreas de mercado de Alentejo Sul, Alentejo Central, Alentejo Norte, Ribatejo, Beira Interior, Beira Litoral e Trás-os-Montes.
O azeite na área de mercado do Alentejo Norte apresenta uma qualidade excelente e a oferta por parte dos operadores continua alta e a procura acentuada por parte dos compradores. As cotações mantêm-se estáveis. Prevê-se que em relação à campanha anterior, a produção de 2021 seja duas a três vezes superior. Nas áreas de mercado Alentejo Central e Alentejo Sul, a qualidade do azeite apresenta-se boa e estima-se uma produção superior em comparação com a campanha anterior.
Na área de mercado do Ribatejo, mantem-se uma oferta alta e uma procura média/ baixa, a qualidade do azeite apresenta-se boa e houve manutenção das cotações.
Na semana em análise na área de mercado da Beira Interior, a oferta mantem-se muito alta para uma procura média. Houve manutenção de todas as cotações. Prevê-se que nesta campanha a produção e a produtividade sejam superiores que a anterior.
As cotações aumentaram na área de mercado da Beira Litoral devido à redução gradual da oferta e a uma procura agitada devido à actual instabilidade. A subida das despesas em energia pressionam os custos em alta obrigando a um ajuste das cotações. O escoamento do azeite tem sido fluído, devido a uma procura constante. Prevê-se uma produção abundante com elevado rendimento.
O volume de transações de azeite a granel efetuado na área de mercado Trás-os-Montes, apresentou uma subida significativa, em relação à semana anterior. A situação do mercado foi de uma oferta alta e uma procura média/ baixa. Também se observou a transação de quantidades consideráveis de azeite DOP a granel. Registou-se um volume de vendas de azeite Biológico extra virgem engarrafonado, a um preço superior (5,40€/litro) ao azeite extra virgem (<= 0,8º). A produção de azeitona e o rendimento foram superiores em relação à campanha anterior, por isso, é estimado um aumento da produção de azeite.
A nível nacional, as cotações de azeite virgem extra (≤ 0,8°) em garrafão de 5 litros variaram entre 3,40 €/litro na área de mercado de Trás-os-Montes e 5,40 €/litro no mercado Alentejo Sul e as cotações de azeite virgem (0,8°≤ 2,0°) em garrafão de 5 litros variaram entre 3,73 €/litro na área de mercado Alentejo Central e 5,00 €/litro na área de mercado da Beira Litoral.
Ainda se observaram registos de cotações de azeite a granel, de azeite virgem (0,8°≤ 2,0°) a 3,15 €/kg na área de mercado de Trás-os-Montes e de azeite virgem extra (≤ 0,8°) cujas cotações variaram entre 3,20 €/kg e 3,40 €/kg nas áreas de mercado do Alentejo Central e Trás-os-Montes.
Em Espanha (Olimerca), líder do mercado mundial de azeite, as cotações médias do azeite virgem extra a granel na Andaluzia foram de 3,60 €/kg nas províncias de Jaén, Córdoba e Granada. Na região da Extremadura a cotação média registada subiu para 3,45 €/kg.