Contas Económicas da Agricultura 2012 – 1� Estimativa Rendimento da Actividade Agr�cola dever� aumentar 9,3% em 2012, ap�s decréscimo de 11,9% em 2011
De acordo com a primeira estimativa das Contas Económicas da Agricultura (CEA) para 2012, o Rendimento da Actividade Agr�cola, em termos reais, por unidade de trabalho ano (UTA), regista um aumento face a 2011 (+9,3%). O Rendimento dos factores dever� observar um acr�scimo nominal (+8,0%), evolu��o determinada pelo aumento previsto para os Outros subsídios � produ��o (+23,6%), uma vez que se estima um decréscimo nominal ligeiro (-0,3%) do Valor Acrescentado Bruto (VAB).
O Instituto Nacional de Estatéstica divulga a primeira estimativa das Contas Económicas da Agricultura (CEA) para o ano de 2012. Na área de informação estatéstica do Portal do INE dedicada �s Contas Nacionais, � poss�vel aceder a quadros adicionais com informação mais detalhada. Em conformidade com o regulamento das CEA, até 31 de Janeiro de 2013 será efectuada uma segunda estimativa, a disponibilizar Também no portal do INE.
A Produção do ramo agr�cola a pre�os de base dever� registar, no ano de 2012, um decréscimo em volume (-2,6%) e um aumento em pre�os (+2,9%), originando um acr�scimo ligeiro em valor (+0,2%). � expect�vel um crescimento nominal do Consumo interm�dio (+0,5%), consequ�ncia da conjuga��o de uma diminui��o em volume (-2,4%) e de um aumento de pre�os (+3,0%). O efeito conjunto das evolu��es da Produção e do Consumo interm�dio dever� originar um decréscimo real (-2,9%) e em valor (-0,3%) do VAB, relativamente a 2011.
O Rendimento dos factores dever� registar um acr�scimo nominal (+8,0%), em resultado, fundamentalmente, de um aumento dos Outros subsídios � produ��o (+23,6%). Prev�-se um decréscimo (-1,3%) do Volume de m�o-de-obra agr�cola (VMOA), contribuindo para uma evolu��o positiva (+9,3%) do �ndice do rendimento real dos factores na agricultura por UTA, ou �Indicador A�, de acordo com o regulamento das CEA. Este comportamento evolutivo está parcialmente associado a um efeito de base resultante do decréscimo acentuado observado em 2011 (-11,9%).
Gr�fico 1. Varia��o da Produção, Consumo Interm�dio, VAB e Rendimento, em 2012
1. Produção do ramo agr�cola
O ano agr�cola de 2011/12 registou o inverno mais seco dos �ltimos oitenta anos, com uma primavera de temperaturas anormalmente elevadas e uma precipita��o regular. Embora, de um modo geral, as culturas de sequeiro tenham sido negativamente afectadas, as culturas de regadio atingiram resultados muito positivos em termos de produtividade e n�veis de produ��o atingidos.
A Produção do ramo agr�cola a pre�os de base dever� diminuir em volume (-2,6%), sendo previs�vel que a Produção vegetal apresente uma redu��o mais acentuada (-4,2%) do que a Produção animal (-0,7%). Prev�-se um acr�scimo nominal da produ��o (+0,2%), em consequ�ncia de um aumento dos pre�os de base (+2,9%) que, saliente-se, incluem os subsídios aos produtos. Em 2012 observou-se a transi��o de algumas ajudas para o Regime de Pagamento único (RPU), o que, em termos estatésticos, se traduziu numa reclassifica��o de alguns subsídios aos produtos em Outros subsídios � produ��o, deixando de ser contabilizados na produ��o.
1.1. Produção vegetal
Para 2012 prev�-se que a Produção Vegetal, a pre�os de base, decres�a em termos nominais (-2,5%), comparativamente ao ano anterior. Esta evolu��o � reflexo do decréscimo em volume (-4,2%), especialmente devido �s plantas forrageiras e frutos, e do aumento dos pre�os de base (+1,8%). A produ��o de cereais observou um decréscimo em volume (-2,0%).
A escassez de precipita��o condicionou a produ��o dos cereais de inverno (mais concretamente centeio e cevada), mas teve menores implica��es nos cereais de primavera (milho e arroz), culturas menos dependentes da precipita��o, porque maioritariamente cultivados em regime de regadio. Os pre�os de base observaram um aumento (+4,8%), impulsionado essencialmente pelo acr�scimo dos pre�os no produtor do milho (+13,8%) (o cereal mais importante), que anulou o efeito da integra��o do �prémio espec�fico ao arroz� no RPU.
Comparativamente aos cereais, as plantas forrageiras (que incluem as pastagens) foram bastante prejudicadas pela escassez de precipita��o, com a consequente diminui��o da produtividade. Estima-se, assim, que o volume tenha decrescido (-9,2%), enquanto os pre�os no produtor subiram consideravelmente (+15,9%), pelo que dever�o observar um acr�scimo nominal (+5,2%).
Para os vegetais e produtos hort�colas prev�-se um acr�scimo do valor a pre�os de base (+5,2%), com aumentos em volume (+2,7%) e em pre�os (+2,5%). Para ambas as evolu��es foi determinante a cultura do tomate, dado o aumento da produtividade para n�veis record (+24,2%) do tomate para ind�stria. Tal como no caso do arroz, a actual campanha de tomate para ind�stria foi a primeira totalmente integrada no RPU, penalizando os pre�os de base.
A produ��o de batata foi Também afectada pela falta de humidade no solo, com o consequente decréscimo no volume de produ��o (-6,0%). Estima-se que os pre�os de base tenham diminu�do (-26,9%), o que, no entanto, corresponde a uma retoma dos n�veis normais, dado que, em 2011, se tinham registado pre�os muito elevados.
Em rela��o aos frutos, � expect�vel uma redu��o em volume (-13,8%) e valor (-12,7%), para as quais teráo contribu�do principalmente a ma��, pôra, p�ssego e azeitona, culturas mais afectadas pelas condi��es climatéricas. além da menor produ��o, os calibres e qualidade dos frutos foram Também afectados, o que condicionou o comportamento dos pre�os, nomeadamente dos citrinos, concorrendo para um aumento apenas ligeiro dos pre�os de base (+1,3%).
Para a produ��o de vinho em 2012, espera-se um acr�scimo em volume (+7,6%) e uma diminui��o dos pre�os de base (-3,0%).
O volume de produ��o de azeite decresceu consideravelmente (-25,0%), mas observou n�veis de qualidade muito elevados, que se reflectiram num acr�scimo dos pre�os de base (+5,2%).
Gr�fico 2. Varia��o do Volume, Pre�o e Valor dos principais produtos da Produção Vegetal, em 2012
1.2. Produção animal
A Produção Animal dever� apresentar um acr�scimo nominal (+3,6%), resultado de um decréscimo em volume (-0,7%) e de um aumento dos pre�os de base (+4,3%).
Para os bovinos prev�-se um acr�scimo em volume (+1,0%) e uma diminui��o dos pre�os de base (-4,5%), para a qual foi determinante a redu��o significativa do montante de subsídios atribuídos (-23,6%), em resultado da altera��o no calend�rio de pagamentos do prémio �s vacas aleitantes e da transi��o do prémio ao abate de bovinos adultos e vitelos para o RPU. A car�ncia de pastagens e forragens e o pre�o elevado das matérias-primas para alimenta��o animal conduziram a um aumento no abate de vitelos e exportação de animais para engorda.
Relativamente aos su�nos, o aumento do pre�o dos alimentos para animais e um decréscimo na oferta nacional de carne de porco contribu�ram para aumentar significativamente os pre�os no produtor (+12,5%), estimando-se uma varia��o negativa em volume (-4,5%).
A produ��o de aves dever� observar uma diminui��o em volume (-2,7%) e pre�os (-1,5%).
Estima-se que a produ��o de leite registe um acr�scimo nominal (+5,0%), com aumentos em volume (+2,3%) e pre�os de base (+2,6%). Para a varia��o positiva do volume contribuiu o facto de a produ��o estar cada vez mais concentrada num menor n�mero de explora��es, mas com produtividade superior, e no estabelecimento de contratos espec�ficos entre a produ��o e a ind�stria de lactic�nios, que asseguraram as aquisi��es de leite ao produtor.
Gr�fico 3. Varia��o do Volume e Pre�o de Base dos principais produtos da Produção Animal, em 2012
2. Consumo interm�dio
O Consumo interm�dio dever� aumentar em termos nominais (+0,5%), na sequ�ncia de um decréscimo em volume (-2,4%), mais que compensado pelo aumento dos pre�os (+3,0%). As diminui��es em volume dever�o ser mais acentuadas nas Sementes e plantas (-6,1%) e Produtos fitossanit�rios (-11,4%). Os acr�scimos de pre�os mais significativos dever�o ser observados nas Sementes e plantas (+11,1%) e Alimentos para animais (+7,3%), a rubrica mais importante do Consumo interm�dio.
Gr�fico 4. Varia��o do Volume, Pre�o e Valor de algumas rubricas do Consumo Interm�dio, em 2012
3. Valor Acrescentado Bruto (VAB)
Como mencionado anteriormente, o VAB dever� observar em 2012 uma evolu��o negativa em termos nominais (-0,3%) e reais (-2,9%), o que se insere na tend�ncia observada nos �ltimos anos. Com efeito, o VAB apresenta, desde 2000, um decréscimo relativamente cont�nuo, a pre�os correntes e constantes, mas bastante mais acentuado em termos nominais, o que ilustra o impacto do comportamento dos pre�os neste agregado econ�mico.
Gr�fico 5. VAB a pre�os de base
A tend�ncia decrescente do VAB a pre�os correntes deve-se, sobretudo, ao agravamento dos pre�os no Consumo interm�dio, cujo crescimento tem excedido o observado nos pre�os no produtor. Adicionalmente, a partir de 2005 tem-se assistido a um desligamento gradual das ajudas, com a integra��o progressiva de ajudas anteriormente classificadas nos subsídios aos produtos (e, consequentemente, consideradas na valoriza��o da produ��o) no RPU (classificado como Outros subsídios � produ��o, que não t�m impacto no VAB, mas que são contabilizados no Rendimentos dos factores e agregados econ�micos subsequentes).
Gr�fico 6. Produção, Consumo Interm�dio e VAB, a pre�os correntes
4. subsídios
A estimativa da rubrica dos subsídios para as CEA baseou-se na informação disponibilizada pelo Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP, I.P.) em finais de Novembro, relativa aos montantes pagos entre 1 de Janeiro e 31 de Outubro, e uma previsão dos montantes a conceder até ao final de 2012.
Atendendo �s directrizes de classifica��o das ajudas institu�das pelo Regulamento das CEA, estima-se um aumento do total de subsídios atribuídos em 2012 (+11,0%). Os subsídios aos produtos dever�o observar uma diminui��o (-18,0%), resultante da integra��o no RPU de algumas ajudas directas � produ��o (como o prémio ao abate de bovinos adultos e de vitelos, a ajuda ao tomate destinado a transforma��o e o prémio espec�fico ao arroz). Os Outros subsídios � produ��o, de montantes proporcionalmente mais significativos e onde se inclui o RPU, dever�o aumentar face a 2011 (+23,6%).
Gr�fico 7. subsídios aos Produtos e Outros subsídios � Produção
5. Indicador de Rendimento
Subtraindo ao VAB o Consumo de capital fixo e adicionando-lhe os Outros subsídios � produ��o, l�quidos dos Outros impostos sobre a produ��o, obt�m-se o Rendimento dos factores. � expect�vel um acr�scimo deste agregado em 2012 (+8,0%), reflectindo essencialmente o aumento nos Outros subsídios � produ��o (+23,6%), uma vez que o VAB observou um decréscimo nominal ligeiro (-0,3%). O Rendimento dos factores dever� aumentar em termos reais (+7,8%), utilizando o deflactor do PIB, das Contas Nacionais Trimestrais. Essa varia��o, associada a uma redu��o estimada do VMOA (-1,3%), determina uma evolu��o positiva do �ndice do rendimento real dos factores na agricultura por unidade de trabalho ano (�Indicador A�) face a 2011 (+9,3%). Face a 2000, o valor estimado para 2012 representa um decréscimo de 9,4%.
Gr�fico 8. Rendimento dos Factores, real, por UTA (2000=100)
6. Compara��o internacional
Confrontando a evolu��o do Rendimento da actividade agr�cola por UTA entre os tri�nios 2000-2002 e 2009-2011 nos diferentes Estados Membros � poss�vel observar que Portugal apresentou um crescimento inferior ao da média europeia, o mesmo sucedendo em outros países com agricultura de �ndole mediterr�nica, como Espanha, Gr�cia ou It�lia. No extremo oposto estáo principalmente os novos Estados Membros, posicionamento explicado pela sua integra��o na Pol�tica Agr�cola Comum (PAC) ap�s a adesão � UE. Destes destacam-se, pela sua dimensão em termos de produ��o agr�cola, a Pol�nia, a Hungria e a Rom�nia.
Gr�fico 9. Evolu��o do Rendimento da Actividade Agr�cola ( 2009-2011 / 2000-2002)
Fonte: INE
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Agronotícias (15/12/2011) – INE: Rendimento da Actividade Agr�cola diminui 10,7% em 2011
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Agronotícias (20/12/2010) – INE: Em 2010, o Rendimento da Actividade Agr�cola dever� aumentar 6,8%
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Agronotícias (18/12/2009) – INE: Rendimento da Actividade Agr�cola dever� diminuir 2,9% em 2009
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