Área ardida diminuiu 75% este ano, face ao período 2010/2019. Em 2023 não há vítimas a lamentar, entre civis ou operacionais
O balanço do combate aos incêndios, em 2023, mostra que este é um dos melhores anos de sempre, sem vítimas fatais, com menor número de incêndios e uma quebra muito significativa da área ardida.
De acordo com os dados avançados esta segunda-feira (6 de novembro) pela Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), este ano registaram-se menos 58% de incêndios em comparação com a média no período 2010-2019, menos 26% face a 2022.
Entre 1 de janeiro e 15 de outubro deste ano foram contabilizados 7 635 incêndios rurais, o segundo valor mais baixo nos últimos 10 anos. Uma redução que é particularmente visível nos meses de verão, com menos incêndios nos dias de maior calor.
Esta diminuição estende-se aos incêndios de maior dimensão, cujos números têm vindo a baixar desde 2017. Até então registava-se uma média de 19 incêndios com uma área ardida superior a 1000 hectares. Nos últimos anos esta média baixou para sete.
Já a área ardida caiu uns significativos 75% comparando com a média de 2010-2019 e 69% por comparação com o ano passado.
De acordo com os dados apresentados em conferência de imprensa por Tiago Oliveira, presidente da AGIF, no que se refere às causas dos incêndios há uma “redução de mais de 50% do número de incêndios que resultam de queimas e queimadas, e do número de incêndios que resultam de incendiarismo, vandalismo”. Já o número de “incêndios que resultam de acidentes mantém-se” .
Maior investimento na prevenção
De acordo com Tiago Oliveira, os dados do ano de 2023 vêm confirmar as tendências que se têm registado nos últimos seis anos, nomeadamente desde a aprovação do plano integrado da gestão de fogos rurais – “Houve um investimento na prevenção, hoje em dia estamos a gastar mais dinheiro na prevenção do que a combater, há uma estratégia, há planeamento, há programação conjunta a vários níveis, nacional, regional, sub regional “.
Ao longo deste ano, e pela primeira vez, o investimento feito na prevenção (61%) é superior ao do combate aos fogos (39%). O que, como referiu Duarte da Costa, presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, não corresponde a um desinvestimento no combate aos incêndios – dado que em 2023 houve um reforço do dispositivo, nomeadamente dos meios aéreos -, mas a uma “consciência da maior necessidade de investir no fator prevenção”. Um trabalho que tem sido feito pelo Estado, mas também pelos cidadãos, nomeadamente através da limpeza de terrenos, como sublinhou Nuno Banza, presidente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) – “O país como um todo está a fazer um trabalho de prevenção verdadeiramente assinalável”.
Fonte: Governo