Não precisamos de ser especialistas em climatologia, em geofísica ou em qualquer outra disciplina que se dedique ao estudo das dinâmicas terrestres para concluirmos que, no nosso país, são cada vez mais frequentes e severos os episódios de seca. As evidências empíricas estão em linha com o que a ciência nos vai dizendo e alertando. E, no entanto, ano após ano, surgem isoladas as reações a mais um ano seco, ao invés de integradas numa abordagem estrutural, preventiva e reparadora.
De acordo com dados do IPMA, só entre o ano de 1941 e 2022, ocorreram em Portugal vários episódios de seca, sendo que, desde 1980, já se registaram nove ocasiões em que mais de 10% do território esteve em situação de seca extrema e quatro em que mais de 75% de Portugal continental estava em seca severa ou moderada.
A par das situações de seca meteorológica, também a seca hidrológica tem adotado contornos deveras preocupantes. Caso da registada no ano passado que é considerada a mais grave do século devido à conjugação de temperaturas altas e fraca precipitação. 2022 foi também o quinto ano seguido […]