É essencial que a legislação da UE acerca da soja e a desflorestação seja equilibrada e coerente com a nova PAC, reconheço o funcionamento das cadeias de abastecimento e a realidade dos países de origem.
Se dúvidas existissem de que a França pretende realçar a sua liderança na Europa, ocupando o vazio criado pela saída da chanceler Angela Merkel, elas ficam dissipadas com o slogan da presidência francesa da União Europeia (UE) para este semestre: “Recuperação, Força, e Sentimento de pertença”.
Este sentido de união, se “ser europeu” pode constituir, de facto, um elemento de diferenciação numa conjutura complexa (e perturbadora) à escala mundial, com tensões e novos alinhamentos geoestratégicos.
O slogan marca a vontade que os franceses têm de recuperar a liderança na Europa e da Europa. Os seus desígnios, até junho, marcarão a agenda política na próxima década: alcançar uma soberania europeia, ser autossuficiente, combater as alterações climáticas e promover um desenvolvimento sustentável, impulsionando as metas definidas na estratégia “Do Prado até ao Prato”. Neste âmbito, a grande ambição é a aplicação de normas comuns aos produtos europeus e aos importados de países terceiros, através das cláusulas-espelho: os produtos importados devem sujeitar-se aos mesmos requisitos específicos que os da UE ao nível da segurança alimentar e bem-estar animal, da proteção ambiental e, arriscamo-nos a dizer, da proteção social, à maior escala possível.
Nada a opor, bem pelo contrário. Há muito que pugnamos por estas orientações, que, não raras vezes, distorcem a concorrência e a nossa competitividade.
Esta reciprocidade não deixará de ter impacto nas trocas comerciais, numa altura em que o agroalimentar europeu pode confrontar-se com uma redução nas exportações de produtos animais, caso da carne de porco, e está a braços […]