A Conferência “Alterações Climáticas: Como nos adaptarmos a esta nova realidade?” reuniu 850 participantes (presencial e remotamente) no dia 13 de dezembro revelando a forte capacidade mobilizadora do Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas do Sector Agroflorestal (CNCACSA), organizador deste evento.
Ao longo de um dia, o setor agroflorestal mostrou como está na liderança da mitigação dos efeitos das alterações climáticas com aplicação de medidas já concretas, nomeadamente de agricultura de precisão e conhecimentos de biologia para colocar a natureza ao serviço da agricultura, essencial a toda a sociedade.
Os intervenientes nesta conferência foram unânimes em que é momento de “passar à ação” porque a segurança alimentar pode ficar em risco. Neste sentido, trabalhar a otimização dos recursos hídricos é prioritário.
Sobre a água ficou claro que certas regiões estão numa situação de conforto hídrico. No entanto, há outras a passar por enormes dificuldades, nomeadamente o baixo Alentejo e o Algarve, por isso urge fazer bom uso da água. Para os presentes no evento, a dessalinização, o aproveitamos das águas residuais e transvases do Norte (com maior abundância) para o Sul são projetos que devem avançar rapidamente.
Os agricultores mostraram como estão a preparar o futuro, tornando-se mais resilientes perante as mudanças do clima. O solo e a sua biologia assumem um papel fulcral, permitindo dotar as explorações agrícolas de técnicas que vão colocar a natureza a trabalhar para as produções agrícolas promovendo a biodiversidade. A agricultura de precisão tem trazido eficiência na utilização da água e dos fitofármacos.
Agenda de Investigação e Inovação
A Agenda de Investigação e Inovação do CNCACSA (disponível aqui: https://www.cncalteracoesclimaticas.pt/images/Agenda_Investigacao_Inovacao_CNCACSA_2023.pdf), apresentada no decorrer da Conferência, está organizada em torno de 7 Eixos Estratégicos, 16 Objetivos Operacionais e 55 Medidas de Atuação.
Destacando aqui os eixos estratégicos, estes compreendem a “compilação, harmonização e sistematização de informação”, “cenarização e projeções climáticas de elevada resolução em Portugal”; “Impactos em culturas agrícolas, floresta e pecuária”; “Opções de adaptação para uma agricultura mais sustentável, eficiente e resiliente”; “A agricultura na rota da mitigação das alterações climáticas e da neutralidade carbónica”; “Análise socioeconómica das estratégias de adaptação e mitigação e racionalização das cadeias de produção” e “disseminação, formação e capacitação”.
Em cada Eixo Estratégico, as Medidas de Atuação encontram-se categorizadas em Curto/Médio ou Longo prazo consoante a premência da sua implementação.
As alterações climáticas constituem uma realidade e uma prioridade, face aos seus impactos presentes e futuros sobre os ecossistemas, a economia e a sociedade, como tem ficado bem patente nos últimos anos em vários locais do mundo.
Os estudos efetuados indicam que Portugal e a região mediterrânica se encontram entre as zonas europeias com maior exposição e vulnerabilidade aos impactos das alterações climáticas.
Pode saber mais sobre o Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas do Sector Agroflorestal aqui: https://www.cncalteracoesclimaticas.pt/
Fonte: Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas do Sector Agroflorestal