O Brasil tem a terceira maior área de cultivo de tabaco no mundo e Moçambique a oitava, segundo um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) hoje divulgado.
A pretexto do Dia Mundial Sem Tabaco, que se assinala em 31 de maio, o relatório refere que, com 357.230 hectares, o Brasil lidera na região das Américas e é, com a China e a Índia, responsável por mais de 55% da produção mundial de tabaco, continuando a manter a sua produção sem aumentar a área cultivada.
Moçambique, com uma área cultivada de 91.469 hectares é o terceiro na região africana, a seguir ao Zimbabué (112.770 hectares) e Malaui (100.962).
No relatório, intitulado “Dia Mundial Sem Tabaco – Cultivar alimentos, não tabaco”, a OMS insta os governos “a deixarem de subsidiar a cultura do tabaco e a apoiarem culturas mais sustentáveis que poderiam alimentar milhões de pessoas”.
“O tabaco é responsável por oito milhões de mortes por ano, mas os governos de todo o mundo gastam milhões a apoiar as explorações de tabaco”, afirma no relatório o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A OMS recorda que mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentam insegurança alimentar aguda.
“Entretanto, mais de três milhões de hectares de terra em mais de 120 países estão a ser utilizados para cultivar tabaco, mesmo em países onde as pessoas estão a passar fome”, contrapõe a agência da Organização das Nações Unidas.
“Ao optarmos por cultivar alimentos em vez de tabaco, damos prioridade à saúde, preservamos os ecossistemas e reforçamos a segurança alimentar para todos”, salienta.
A OMS destaca que o cultivo do tabaco é um “problema mundial”, com o foco na Ásia e na América do Sul, “mas os últimos dados mostram que as empresas de tabaco estão a expandir-se para África”.
“Desde 2005, registou-se um aumento de quase 20% nas terras de cultivo de tabaco em África”, alerta.
O Brasil e Moçambique são os únicos países de língua oficial portuguesa referenciados no relatório, que identifica os 50 com maior área de cultivo desta planta, outrora classificada como medicinal e atualmente alvo de críticas e medidas políticas contra o seu uso massificado.