Os bombeiros profissionais acusaram hoje o presidente da agência para a gestão dos fogos de “estar a mais no sistema”, repudiando e considerando ofensivas as afirmações sobre gastos municipais com bombeiros e pagamentos em função da área ardida.
Em comunicado hoje divulgado, a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais e o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP/SNBP) acusaram o presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), Tiago Oliveira, de “estar a mais no sistema”, depois de na quinta-feira, numa audição parlamentar, ter questionado o facto de os “corpos de bombeiros receberem em função da área ardida”, considerando o “objetivo perverso”.
O presidente da AGIF sublinhou também que “há municípios a gastar meio milhão de euros, uma barbaridade de dinheiro nos bombeiros, quando não gastam dinheiro a gerir a floresta”, sendo necessário balancear a prevenção e o combate.
“ANBP/SNBP consideram que estas palavras são ofensivas e demonstram que o responsável da AGIF desconhece por completo a realidade do setor. Os corpos de bombeiros, de todo o país, necessitam de mais financiamento para aquisição de equipamentos, viaturas, fardamentos, entre outros, e sabe-se que muitas destas verbas são desviadas para a AGIF, em verbas avultadas, tendo em conta cada instituição”, acusaram hoje os bombeiros profissionais.
“Ao longo dos séculos, os bombeiros têm demonstrado o seu valor, estando sempre presentes para qualquer ocorrência. Não podem ser tratados desta forma!”, concluem no comunicado.
Tiago Oliveira foi ouvido na quinta-feira na comissão parlamentar de Agricultura e Pescas, a propósito do relatório de atividades do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais de 2022.