Reconheço que o que se pede aos agricultores não é fácil. Enquanto decisores políticos, temos pois o dever de lhes demonstrar que o caminho proposto é não apenas necessário, mas também o mais eficaz na defesa urgente da biodiversidade agrícola.
A perda de biodiversidade é um dos grandes desafios do nosso tempo e a agricultura, enquanto atividade dependente dos recursos naturais, encontra-se profundamente interligada com a biodiversidade. Fomentar e preservar a biodiversidade é por isso preservar a própria sustentabilidade a longo prazo dos nossos sistemas alimentares. Simultaneamente, num continente de presença humana tão antiga e omnipresente, parte significativa desta biodiversidade está ela própria relacionada com a agricultura e a sua preservação depende por isso da sua presença activa, mas sustentável.
Sabemos que a biodiversidade está em risco por fatores diversos, com sinais evidentes de declínio contínuo, exigindo uma ação forte e urgente que o reverta. Vejo por isso como muito positivo e imprescindível o elevado nível de ambição expresso nos objetivos da Estratégia de Biodiversidade da UE para 2030 apresentada pela Comissão Europeia em maio de 2020. É uma ambição que coloca a discussão ao nível que o desafio exige, incentivando uma ação política a todos os níveis de decisão. Uma ação capaz de impulsionar a mudança de comportamentos, de estimular o desenvolvimento de investigação e inovação tecnológica e de levar à adoção de
Isabel Estrada Carvalhais
Deputada do PS ao Parlamento Europeu