O dispositivo especial de combate a incêndios rurais do concelho de Torres Vedras foi apresentado num ato que teve lugar ao final da manhã do passado dia 19 de julho no Parque Regional de Exposições.
Contribuir para uma melhor compreensão da capacidade de resposta aos incêndios rurais no território do concelho de Torres Vedras foi o principal objetivo dessa apresentação, a qual concentrou elementos das várias entidades que compõe o referido dispositivo: comando sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Oeste da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Torres Vedras (corpo de bombeiros), Guarda Nacional Republicana (destacamento territorial de Torres Vedras, incluindo o respetivo Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente), Polícia de Segurança Pública (posto de Torres Vedras), Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, empresa de proteção florestal AFOCELCA, Comunidade Intermunicipal do Oeste (brigada de sapadores florestais), Câmara Municipal de Torres Vedras (brigadas de sapadores florestais, Serviço Municipal de Proteção Civil e Gabinete Técnico Florestal) e juntas de freguesia do concelho de Torres Vedras.
O dispositivo especial de combate a incêndios rurais do concelho de Torres Vedras está em funcionamento entre 1 de julho e 30 de setembro, diariamente e em permanência, tendo como objetivos estratégicos para o respetivo território de intervenção: assegurar que não ocorram grandes incêndios; garantir que a área ardida durante o período estival tenha uma dimensão reduzida; reduzir o número de ocorrências de incêndios; assegurar um baixo nível de danos e impactos nos incêndios que ocorram; e envolver as comunidades nas operações de prevenção e autoproteção.
Na apresentação do dispositivo especial de combate a incêndios rurais do concelho de Torres Vedras usou da palavra o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Oeste da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Carlos Silva, que, na sua intervenção, elogiou o investimento do Município de Torres Vedras na área da proteção florestal, quer em termos de meios, quer em termos de recursos humanos, tendo inclusivamente afirmado que Torres Vedras é uma referência a nível nacional nessa área.
Já a presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Laura Rodrigues, aproveitou a sua intervenção na referida apresentação para descrever as recentes ações realizadas com vista a evitar a ocorrência de incêndios rurais durante a época estival deste ano no concelho de Torres Vedras, sendo de mencionar das mesmas: a execução de faixas de gestão de combustíveis ao longo da rede viária municipal e em propriedades municipais (cerca de 200 km); a execução de várias ações de fogo controlado pela Câmara Municipal em parceria com o corpo de bombeiros voluntários de Torres Vedras em áreas consideradas críticas (60 ha); a beneficiação de caminhos rurais executada pela Câmara Municipal em parceria com juntas de freguesia; o apoio facultado pela Câmara Municipal à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Torres Vedras para a constituição de Equipas de Intervenção Permanente e para garantir o recurso a bombeiros profissionais; a constituição de uma equipa de combate a incêndios da AFOCELCA mais robusta, sediada na antiga Escola Básica do Ameal; a fiscalização conjunta da Câmara Municipal e da Guarda Nacional Republicana à execução de faixas de gestão de combustíveis em terrenos particulares; e a campanha de proximidade levada a cabo pela Câmara Municipal de sensibilização da população, com foco nos proprietários rurais, para se evitar comportamentos de risco.
É de referir que 42,5% da área do concelho de Torres Vedras é ocupada por espaços florestais, os quais predominam, neste território, no seu quadrante nordeste. Tem-se verificado recentemente uma tendência para a redução, no concelho de Torres Vedras, de áreas incultas, as quais vêm dando lugar a áreas agrícolas e a povoamentos florestais (resultantes de arborização e regeneração natural). O eucalipto é a espécie florestal mais representativa no concelho de Torres Vedras, ocupando 79% da sua área florestal, seguida do pinheiro bravo, que ocupa 7% da área florestal do concelho de Torres Vedras.
Saliente-se que o espaço florestal, para além de gerar riqueza e bem-estar para as comunidades, constitui uma importante mais-valia em outros aspetos, já que é fundamental para o combate às alterações climáticas, tem uma capacidade extraordinária para a retenção de carbono, possibilita que se atinja níveis elevados de biodiversidade, e regula o ciclo da água, possibilitando o abastecimento dos lençóis freáticos e minimizando o risco de cheias.
Face a esta realidade a Câmara Municipal de Torres Vedras lança o repto à população do concelho de Torres Vedras para evitar, principalmente durante o período estival, comportamentos que possam levar à ocorrência de incêndios.
Fonte: Câmara Municipal de Torres Vedras