No ato eleitoral mais participado de sempre na história da Organização, pela primeira vez com recurso a voto eletrónico, Álvaro Mendonça e Moura conquistou a larga maioria dos votos das Organizações de Agricultores.
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) elegeu esta quarta-feira Álvaro Mendonça e Moura como Presidente da Direção para o triénio 2023-2026, no ato eleitoral mais participado na história da Organização e que decorreu, pela primeira vez, em formato eletrónico.
Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, Álvaro Mendonça e Moura tem uma longa carreira diplomática. Embaixador em Viena e em Madrid foi, entre outras funções, Representante Permanente de Portugal junto da União Europeia, período durante o qual acompanhou a reforma da política agrícola comum de 2003, e, posteriormente, junto das Nações Unidas. Entre 2017 e 2021, desempenhou as funções de Secretário-Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Natural do Porto e com fortes raízes transmontanas, onde passou períodos da sua juventude, Álvaro Mendonça e Moura conhece a agricultura desde tenra idade, tendo crescido acompanhando as atividades agrícolas da família, nas quais promoveu uma profunda reconversão e fundou uma Sociedade familiar. Atualmente, é sócio da APPITAD – Associação dos produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro e da AMÊNDOACOOP – Cooperativa dos Produtores de Amêndoa de Torre de Moncorvo.
Álvaro Mendonça e Moura, o novo Presidente da CAP, afirma: “É com enorme orgulho que assumo a Presidência da CAP, a maior e a mais antiga estrutura representativa do setor em Portugal, prestes a cumprir os seus 50 anos de história. A CAP tem um papel fundamental na promoção e na defesa da Agricultura e dos Agricultores portugueses, representando também os seus interesses em Bruxelas, onde tem uma Delegação Permanente. Os desafios são múltiplos, em diversas frentes. A Agricultura é um sector fundamental da economia nacional com importante contributo para as exportações, é peça-chave da coesão territorial e promotora insubstituível da sustentabilidade ambiental. Assumo, por isso, o compromisso de pugnar pelo desenvolvimento e crescimento do setor agroflorestal português, dando voz ao seu principal pilar: os Agricultores. A todos, sem exceção, agradeço o apoio. Uma palavra em especial para o meu antecessor, Eduardo Oliveira e Sousa, agora eleito Presidente da Mesa da Assembleia Geral, cujo legado, assim como o de outros líderes emblemáticos desta instituição, procurarei honrar nas minhas novas funções.”
A lista hoje eleita confirmou, além de Álvaro Mendonça e Moura para a presidência da Direção, os nomes de Eduardo Oliveira e Sousa como Presidente da Mesa da Assembleia Geral, e de António de Paula Soares como Presidente do Conselho Fiscal. Os novos Órgãos Sociais da CAP são compostos por organizações representativas dos mais diversos setores e regiões, que espelham a maior renovação dos seus membros na história da CAP.
A utilização do voto eletrónico, pela primeira vez nas eleições da CAP, reforçou a participação das organizações de Agricultores, eliminando a necessidade de deslocações até à sede da CAP, em Lisboa, e, consequentemente, contribuiu para a redução das emissões carbónicas associadas ao processo eleitoral.
Sobre ÁLVARO MENDONÇA E MOURA – Nota Curricular
Quanto ao candidato a presidente nasceu no Porto em 1951 e dedicou a sua vida profissional à carreira diplomática, desempenhando funções em relevantes postos do Ministério dos Negócios Estrangeiros, como atesta a breve informação que se segue.
1974 Licenciatura em Direito pela Universidade de Coimbra.
1975 Aprovado no concurso de admissão ao Ministério dos Negócios Estrangeiros;
1979 Delegação Permanente junto da EFTA e do GATT, Genebra;
1985 Embaixada em Pretória; participou no primeiro encontro da diplomacia portuguesa com Nelson Mandela;
1990 Lisboa, Diretor de Serviços da África Subsariana; membro das negociações de Bicesse para a paz em Angola;
1991 Chefe do Gabinete do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação; acompanhou as negociações de paz em Moçambique e foi o primeiro diplomata, não italiano, a encontrar-se com o líder da Renamo;
1992 Chefe do Gabinete do Ministro dos Negócios Estrangeiros; esteve presente na reunião de Marraquexe que criou a Organização Mundial do Comércio;
1995 Embaixador em Viena e Representante Permanente junto das organizações das NU com sede em Viena;
1999 Representante Permanente junto dos Organismos e Organizações Internacionais em Genebra; nas quais assegurou a Presidência portuguesa da UE de 2000;
2002 Representante Permanente junto da União Europeia; acompanhou nomeadamente as negociações da reforma da Política Agrícola Comum de 2003, do alargamento de 2004, da eleição do Presidente da Comissão Europeia Dr. Durão Barroso, no mesmo ano, do quadro financeiro 2007-2013, da aprovação pela Comissão Europeia do plano nacional de barragens e, em 2007, assegurou a condução em Bruxelas da Presidência portuguesa da UE e das negociações do Tratado de Lisboa;
2008 Embaixador em Madrid;
2013 Representante Permanente junto das Nações Unidas; participou nas diligências que conduziram à eleição do Secretário-Geral, António Guterres;
2017 Secretário-Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Originário de uma família com fortes raízes transmontanas e ligado desde sempre por tradição familiar à agricultura em Trás-os-Montes, onde passou uma parte da sua juventude, foi educado a ouvir as ideias do Eng. Camilo de Mendonça sobre o desenvolvimento da agricultura em Portugal e em particular em Trás-os-Montes, assistindo desde o início à criação e crescimento do Complexo agroindustrial do Cachão.Tendo assumido a condução dos negócios agrícolas da família procedeu a uma profunda reconversão dos mesmos tendo criado uma Sociedade familiar de que é o principal sócio.
Dedica-se especialmente ao olival, vinha e amendoal e obteve um prémio internacional de azeite em Israel. É nomeadamente sócio da APPITAD – Associação dos produtores em proteção integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro e da AMÊNDOACOOP – Cooperativa dos produtores de amêndoa de Torre de Moncorvo.
Foi professor universitário e é membro fundador do Círculo de Estudos do Centralismo.
Fonte: CAP