O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, é um dos seis signatários do documento em defesa do ambiente subscrito pelo conjunto de países que dá pelo nome de Grupo de Arraiolos.
Já não há tempo a perder e são precisas iniciativas eficazes e conjuntas para enfrentar a atual crise climática. O apelo dramático é de seis Presidentes de países do Mediterrâneo, incluindo Portugal.
O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, é um dos seis signatários do documento em defesa do ambiente subscrito por seis países do Mediterrâneo.
Num verão marcado por cheias e incêndios e por outros fenómenos naturais extremos, os representantes do chamado Grupo de Arraiolos dizem que não há tempo a perder para enfrentar uma crise climática, que ameaça já o modo de vida da orla mediterrânica.
O apelo é feito no verão mais quente de sempre registado no planeta, e num ano marcado pelo fenómeno meteorológico El Niño – um fenómeno caracterizado por temperaturas superficiais mais elevadas no Oceano Pacífico equatorial, mas que afetam todo o globo.
“Já não é possível regressar ao clima dos últimos séculos”
Alertam os meteorologistas que este fenómeno terá um impacto imediato na produção agrícola.
“À medida que o El Niño se desenvolve, haverá diferentes partes do mundo que sentirão os seus impactos de forma diferente. Assim, nalgumas partes do mundo poderá haver seca associada ao El Niño, que não é claramente positivo para a agricultura, pelo que as comunidades que o possam fazer terão de considerar a irrigação das suas culturas”, refere Chris Hewitt, da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Para esta organização nada mudará até 2060: “Já não é possível regressar ao clima dos últimos séculos. E estas tendências negativas nos padrões climáticos – inundações, tempestades, secas e vagas de calor – manter-se-ão até à década de 2060, independentemente do nosso sucesso na atenuação das alterações climáticas. Podemos eliminar gradualmente estas tendências negativas dos padrões climáticos na década de 2060 se reduzirmos radicalmente o consumo de combustíveis fósseis. Isso significa que devemos livrar-nos do carvão, do petróleo e do gás natural”, alerta Petteri Taalas, secretário-geral da OMM.
Guterres já fez alerta
A opinião dos cientistas coincide com o pessimismo assumido do próprio secretário-geral da ONU, António Guterres, que já avisou que as alterações climáticas são assustadoras e que estão apenas no início.
Quase um ano depois da última cimeira do clima, continuam lentos os avanços para eliminar os combustíveis fósseis ineficientes, não houve redução das emissões globais de gases com efeito de estufa, nem foi lançada uma transição energética justa.
As metas são consideradas essenciais para limitar o aquecimento global a 1,5 graus e manter as condições de vida suportáveis na Terra.