A Alltech Crop Science (ACS) está a investigar novas soluções naturais para controlo da Esca, um complexo de doenças do lenho que afeta as videiras e é uma das maiores ameaças fitossanitárias na atualidade à viticultura mundial.
Os ensaios realizados pela Alltech em Espanha consistem na aplicação de programas de nutrição para ativar as defesas naturais das plantas contra a doença e os resultados preliminares são promissores. As videiras doentes tratadas com o programa ACS apresentam folhas mais saudáveis, o que ajuda a atrasar o desenvolvimento da doença.
A ACS usa a Nutigenómica como forma de ajudar as plantas a resistir a doenças, à seca e à salinidade. Esta ciência consiste no estudo da atividade dos genes quando estão sob influência de um aditivo nutricional. A Esca é um complexo de doenças que envolve diversos fungos e que a ataca a madeira da videira. Na sua forma crónica ou lenta, a doença é caraterizada pelo aparecimento progressivo de manchas entre as nervuras da folha (avermelhadas nas castas tintas, amarelas nas castas brancas) que acabam por secar.
As videiras afetadas por esta forma de Esca continuam vivas nos anos seguintes, embora muitas vezes a produção não chegue ao final do ciclo. Uma vinha infetada pode ser totalmente dizimada em 15 a 20 anos. Na forma brusca ou apoplética, a Esca carateriza-se por um dessecamento rápido (no espaço de algumas horas) de toda a porção aérea da planta.
A Esca é conhecida desde a Antiguidade Clássica e no início do século XX causou graves estragos nas vinhas. Nesse período o tratamento com arsenito de sódio foi utilizado e era eficaz, mas na década de 80 provou-se que este produto é cancerígeno, tendo sido banido do mercado europeu em 2003. Desde então a Esca reapareceu, dizimando anualmente cerca de 6% a 7% das vinhas na Europa.
Atualmente não existem soluções químicas ou biológicas totalmente eficazes para controlo da Esca. O combate à doença é dificultado pela complexidade de fungos envolvidos.
A Esca tem impactos económicos a vários níveis: as medidas culturais preventivas (que não são 100% eficazes) aumentam os custos da cultura e o rendimento dos viticultores diminui devido à perda de produtividade das vinhas, ao custo do arranque e replantação das vinhas afetadas.
Em França, por exemplo, estima-se que 11% das vinhas deixou de produzir uvas devido à Esca e em Espanha a percentagem de vinhas afetadas subiu de 1.8% para 10.5%, entre 2003 e 2007. Estudos epidemiológicos realizados em Itália (Toscania, Marche, Abruzzi, Apulia e Sicilia) mostram que a incidência da Esca atinge 60% a 80% nas vinhas mais velhas. Em Portugal, a doença está presente em todas a regiões vitivinícolas, e no caso da Região dos Vinhos Verdes 15% das vinhas estão afetadas (todas as castas, atingindo videiras jovens e adultas).