A União de Agricultores e Baldios do Distrito de Aveiro (UABDA) reclamou hoje “medidas concretas” do Governo para apoiar o setor, nomeadamente a regulação dos preços dos fatores de produção e a implementação do apoio à eletricidade ‘verde’.
Em comunicado, a UABDA diz que a situação da agricultura no distrito é “dramática”, perspetivando para este ano o encerramento de dezenas de explorações agrícolas.
“No último ano, no distrito de Aveiro, fecharam 30 explorações leiteiras e tendo em conta a situação, que se está a agravar, há já muitas queixas de agricultores e a maior parte deles diz que qualquer dia mais vale fechar”, disse à Lusa o presidente da UABDA, Carlos Alves.
Em causa está a subida dos preços dos fatores de produção, nomeadamente das rações, combustíveis, energia, fertilizantes e fitofármacos.
Como exemplo, os agricultores dizem que em 2002 um saco de ração de 50 quilos custava 9,33 euros e, hoje, um saco de 30 quilos custa 13,80 euros. Já um saco de 50 quilos de fertilizante custava 10,27 euros e, hoje, um saco de 25 quilos custa 18,25 euros.
Por esse motivo, a UABDA reclama a necessidade “urgente” da redução dos preços dos fatores de produção, passando pela regulação dos mesmos.
A UABDA considera ainda que as “reduções extraordinárias” anunciadas para fazer face ao aumento da energia se revelam insuficientes, face à “brutal” subida dos combustíveis, e defende a aplicação da lei aprovada em Assembleia da República relativamente a implementação do apoio à eletricidade verde.
A associação realça ainda que o setor leiteiro vive há anos em situação de “desequilíbrio”, devido aos baixos preços pagos à produção, não existindo margem para fazer face aos sucessivos aumentos nos preços dos fatores de produção, e reclama o aumento do leite para os 40 cêntimos.
Por último, a associação apela à mobilização dos agricultores para a “defesa da produção e soberania alimentar nacional”, na quinta-feira, na Feira Agro em Braga.