A Quinta da Cholda situa-se no coração do Ribatejo. Fundada no princípio do século XX, desenvolve actualmente a sua actividade na produção de cereais, especialmente milho, na exploração florestal e na produção de energia renovável. Desde a sua génese, a Quinta da Cholda tem-se dedicado à actividade agrícola e florestal sendo hoje uma referência no sector, apostando, principalmente, em três áreas: Agricultura de Precisão, Biodiversidade e Sustentabilidade.
Como é que define a sua empresa?
A Quinta da Cholda é uma exploração familiar, que vai já na quarta geração. É gerida por uma família de dez irmãos, dos quais três são administradores desta exploração. É uma empresa agrícola e florestal, dedicando-se, maioritariamente, ao negócio dos cereais no Vale do Tejo. Para além disso, possui uma área florestal onde produz sobreiros, pinheiros e eucaliptos e tem vindo a desenvolver vários negócios em torno da sustentabilidade, incluindo a produção da sua própria energia. É uma exploração que, hoje, é auto-suficiente em termos energéticos e de energia renovável.
Desenvolvemos, ainda, projectos na área da conservação, porque o nosso intuito é fazer com que esta Quinta possa ter futuro a longo prazo. A sustentabilidade não é só a económica. É também social e ambiental.
Temos, por isso, vários planos na área da conservação e adaptação da exploração para os novos desafios, como a redução das emissões e conservação da biodiversidade.
A aposta na inovação tem sido uma constante?
Claramente. E é esse o caminho: temos vindo a desenvolver projectos de agricultura de precisão para que, nessa forma de actuar e de desenvolver o negócio, consigamos maior rentabilidade em termos económicos, mas, principalmente, em termos ambientais e sociais.
Temos que desenvolver a nossa actividade de uma forma sustentável para que possamos ter os nossos recursos salvaguardados. É uma empresa familiar, proprietária dos seus terrenos, e, por isso, uma das coisas mais importantes, para nós, é levar a qualidade dos nossos solos, do nosso negócio, para a próxima geração. Para isso temos que investir cada vez mais em desenvolvimento, em tecnologia, em conhecimento em saber e temos sempre muito cuidado em trazer o conhecimento para o campo, para a realidade do dia a dia. Esse é o nosso grande objectivo: desenvolver novos projectos, novos negócios, mas, sobretudo, fazer bem, e de forma sustentável aquilo que sabemos fazer toda a vida.
Que papel teve a APRODER no crescimento da empresa?
A APRODER tem sido um parceiro essencial. No fundo, encontrámos um parceiro que, vendo as necessidades da agricultura, abriu concursos nestas áreas e foi possível alavancarmos o nosso investimento.
Sem a APRODER teria sido difícil termos os apoios na altura certa. Na fase em que iniciámos esta reconversão para uma agricultura de baixo carbono, foi fundamental este apoio. Era vital, numa empresa que faz regadio, que usa muita energia, ter capacidade de produzir a sua própria energia. Apareceram em boa hora os projectos a que nos fomos candidatando e, à medida que fomos investindo, recebemos também esse apoio que, para nós, foi basilar.
Que projectos futuros quer desenvolver?
Queremos criar condições para que esta exploração incorpore também os tempos livres, o lazer, o turismo e desenvolvimento de actividades ao ar livre, envolvendo a comunidade local neste processo.
A empresa tem também preocupações na área do envolvimento social das pessoas que rodeiam as nossas propriedades. Temos feito já alguns projectos de forma que as pessoas sejam atraídas para virem visitar as quintas, que as escolas nos venham visitar, que liguem cada vez mais à nossa agricultura. Temos, também, projectos para desenvolver mais áreas de conservação que vão estar às áreas de produção de forma a podermos ter uma Quinta com capacidade de aumentar a biodiversidade. Isto para que, ao mesmo tempo que temos uma agricultura bastante produtiva, muito modernizada, tenhamos capacidade de manter um espírito de conservação e de aumento de resiliência contra as alterações climáticas, contra a perda desta biodiversidade riquíssima do Ribatejo.
O artigo foi publicado originalmente em Correio do Ribatejo.