Associa��o Nacional de Empresas Florestais, Agr�colas e do Ambiente
A floresta não se faz de voluntariado! O "voluntariado florestal da Sr.� Ministra da Agricultura"
Foi com grande indigna��o e preocupa��o que a ANEFA � Associa��o Nacional das Empresas Florestais, Agr�colas e do Ambiente ouviu ontem o discurso da Sr.�. Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente, e Ordenamento do Território, demonstrando uma falta de respeito pelo setor florestal e por quem nele trabalha.
Sendo a ANEFA a �nica associa��o que representa os que fazem floresta, na verdadeira acep��o da palavra, desde o projeto, ao viveirista, ao preparador de terreno, ao plantador e ao que corta a floresta, não podemos aceitar que a Sr.� Ministra revele o desconhecimento do que � fazer floresta, colocando a possibilidade de qualquer um plantar uma �rvore como se de uma coisa simples se tratasse, sem qualquer ci�ncia, para a qual não � precisa qualquer forma��o, não trazendo dignidade, ao trabalho de quem diariamente o realiza com saber e experi�ncia.
A ANEFA apoia efectivamente o trabalho volunt�rio de plantação de �rvores, em casos espor�dicos, eventos medi�ticos e simb�licos que possam levar a sociedade civil a ter uma percep��o mais realista, mas simb�lica, de algum trabalho florestal, e assim criar la�os duradouros entre floresta e popula��o em geral. Prova disso, � que a pr�pria ANEFA � mentora de um projecto de reflorestação de áreas degradadas, o Pronatura, contribuindo desta forma para a sensibiliza��o do público em geral.
No entanto, a ANEFA não apoia o uso e abuso de trabalho volunt�rio, de forma sistem�tica e em grande escala, para plantar �milhões� de �rvores em terrenos baldios ou outros.
não conseguimos, por isso entender como � que, numa altura em que se procura promover a iniciativa empresarial que � fundamental para a criação de emprego, a Sr.�. Ministra venha falar de plantar milhões de �rvores recorrendo ao trabalho volunt�rio. Talvez esta op��o sirva para justificar a falta de dinheiro que deveria ser atribu�da � floresta, que representa 15% das exporta��es nacionais, em programas como o PRODER ou o Fundo Florestal Permanente, que tendo sido criado para ajudar a floresta, não foi utilizado até hoje para plantar ou cuidar de uma �rvore.
Sendo a floresta, um dos maiores sectores exportadores do nosso país, conv�m lembrar � Sr.�. Ministra da Agricultura, que esse trabalho não foi � custa de voluntariado, mas sim de empresas de pessoas com forma��o acad�mica para o fazer, utilizando as tecnologias mais recentes que existem por todo o mundo.
Pelo exposto, consideramos ser dever da ANEFA, e assim o faremos, fiscalizar e reportar junto da ACT, todo o trabalho florestal que não se encontre ao abrigo do Contracto Colectivo de Trabalho, que não esteja coberto com Seguro de Acidentes de Trabalho � taxa mais elevada do mercado, que não apresente as devidas Fichas de Aptid�o (HST) e não cumpra com as normas de uso de Equipamentos de Protec��o Individual (EPI�s), que não contribua para a Seguran�a Social e IRS, que não cumpra com a forma��o legalmente exigida para desempenhar tarefas espec�ficas, bem como com todas as normas e formalidades legais e laborais a que as empresas estejam obrigadas.
De facto, não se consegue sequer entender que, ao fim de se gastar esfor�os e dinheiro com a certifica��o e a gestáo florestal profissional, e até mesmo as afirmando como des�gnios do Estado, venha agora o mais alto representante do nosso Ministério da Agricultura afirmar que o trabalho na floresta pode afinal ser volunt�rio.
Resta-nos perguntar para quando os ministros volunt�rios?
A Direc��o da ANEFA
Lisboa, 15 de Dezembro de 2011
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